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sábado, 20 de setembro de 2025

As eleições do Benfica vão ser ainda mais especiais


"Mourinho regressa ao Benfica em contexto idêntico ao de 2000, mas com um estatuto bem diferente

Rui Costa fez questão de dizer que apresentava José Mourinho como presidente do Benfica e não como candidato, mas sabe perfeitamente que, dentro dessa legitimidade inquestionável, é mais difícil separar esses papéis do que dividir a carreira do treinador em dois ciclos. Já na madrugada de quarta-feira, ao tentar justificar a saída de Bruno Lage em conferência de imprensa realizada a más horas — transmitindo a ideia de decisão em cima do joelho —, alegou que ainda nem tinha começado a fazer campanha. Na verdade já tinha feito, ao apresentar o Benfica District, mas a contratação de José Mourinho marca, indiscutivelmente, o arranque oficioso, antes da visita formal desta sexta-feira a Paredes.
Mesmo que Mourinho consiga cumprir a intenção de ficar à margem das eleições, e sobretudo blindar o plantel, Rui Costa sabe que dificilmente arranjaria melhor trunfo eleitoral. Mesmo que a escolha não tenha sido feita com esse propósito, garantiu uma espécie de mandatário desportivo que nem precisa entrar em campanha. Um escudo automático, por tudo aquilo que representa, do palmarés à capacidade comunicativa única. Mourinho pode ter baixado o ritmo a que soma troféus ao currículo, mas poucos nomes teriam mais impacto na sucessão de Bruno Lage, com essa curiosidade adicional de um regresso precisamente 25 anos depois do arranque da carreira de treinador principal.
É certo que a maioria dos candidatos já assumia o discurso habitual (e prudente) de apoio a quem estiver a orientar a equipa no dia seguinte às eleições, mas é evidente que a reação a mais uma mudança de treinador perdeu impetuosidade com a chegada deste setubalense.
O Benfica ganha uma liderança firme no banco, capaz de agregar num curto espaço de tempo, mas nos clubes não há eleições que escapem à ditadura dos resultados, e o ciclo é bem exigente, sobretudo se pensarmos no regresso do técnico a Stamford Bridge e ao Dragão, mas também a St. James Park. Se Mourinho quer mostrar que continua a ser especial, Rui Costa dá tudo por uma nova oportunidade para provar que os ídolos também podem ser presidentes (e vice-versa). Claro que o tempo corre mais rápido para o maestro nestes reencontros com o passado que terão influência óbvia no futuro do Benfica. Se as eleições das águias já seriam especiais — pelo número de candidatos e pela novidade da segunda volta — agora ficaram serão ainda mais especiais."

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