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terça-feira, 24 de janeiro de 2023

𝗕𝘂𝗿𝗹𝗮 𝗲𝗺 𝗜𝘁𝗮́𝗹𝗶𝗮, 𝗰𝗿𝗶𝗮𝘁𝗶𝘃𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗳𝗶𝗻𝗮𝗻𝗰𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗲𝗺 𝗣𝗼𝗿𝘁𝘂𝗴𝗮𝗹


"A Federação Italiana decidiu retirar 15 pontos à Juventus devido a esquemas com contratos e transferências de jogadores por valores fictícios. Recorde-se que o FC Porto tem aplicado exatamente as mesmas metodologias em alguns dos seus negócios com o V. Guimarães e Sporting e em contratos como o de Otávio, deturpando os valores constados nos Relatórios e Contas e mascarando as exigências impostas pelo fair-play financeiro da UEFA.
Vejamos, por isso, o que fez o FC Porto nos últimos anos e comparemos com a Juventus:
1. João Mendes, Francisco Ribeiro, Rafael Pereira e Romain Correia. Estes nomes podem não dizer muito à maioria das pessoas, mas, juntos, valeram ao FC Porto e V. Guimarães €30 milhões: €15 milhões para cada clube. Problema? O valor real das transferências foi de €0 entre as partes. Tal negócio teve, alegadamente, o único propósito de mascarar as contas do FC Porto e subir o seu ativo no exercício fiscal.
2. Romain Correia. Foi um dos jogadores mais caros da história do FC Porto e nem titular da equipa B é. Esta época, ao todo, jogou 291 minutos pelo Porto B. Os custos com este jogador ultrapassaram nomes como Corona, Lucho González, entre outros. Conjuntamente, estas aquisições tiveram o único propósito de inflacionar as receitas do clube em €15 milhões e os ativos em €33,4 milhões. A CMVM, ao ver a “trafulhice”, mandou o FC Porto corrigir o Relatório e Contas e ficou-se por aí. Imaginem se o FC Porto se chamasse Juventus e isto acontecesse em Itália. Felizmente para o clube azul e branco, quem tem amigos, tem tudo. E quem tem cu, tem medo.

3. Otávio. Através de Israel Oliveira, empresário do jogador, soube-se que que o FC Porto adulterou os termos do acordo e decidiu circundar as suas obrigações, não registando os termos do negócio no presente ano fiscal e faseando-o pela vida útil do contrato. Como o custo associado com o jogador foi repartido nas contas dos anos seguintes como uma amortização do seu ativo, este não influenciou os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização dos jogadores. Desta forma, o FC Porto facilitou as suas obrigações financeiras com as várias entidades envolvidas e ficou ainda com a hipótese de escapar aos encargos com a Segurança Social.
4. Marco Cruz e Rodrigo Fernandes. FC Porto e Sporting fizeram uma troca direta dos jogadores numa transação fixada em €11 milhões para cada lado. Tal como no acordo entre FC Porto e V. Guimarães, este negócio apenas serviu para subir os ativos dos clubes e consolidar as contas dos mesmos. Miguel Braga, diretor de comunicação do Sporting, teve ainda o desplante de vir dizer que «foi esta operação que permitiu ao Sporting não vender jogadores titulares como Palhinha, Matheus Nunes ou Pedro Gonçalves».

Tudo isto são factos que nos levam a concluir algumas questões:
Existindo nestes negócios uma similaridade clara com o escândalo que envolve a Juventus, porque é que o FC Porto goza de um estado de impunidade que lhes permite fazer tudo isto, passando pelos pingos da chuva?
Porque é que a Juventus é dada como um exemplo de justiça e o FC Porto é dado como um exemplo de como contornar as leis comuns a todos os cidadãos portugueses?
Do que estão à espera a Federação Portuguesa de Futebol, Autoridade Tributária, Polícia Judiciária e Ministério Público para desempenharem o seu papel e encostarem o FC Porto à parede?
Várias perguntas sem nenhuma resposta.
Ao Benfica tudo lhe é apontando, sendo espezinhado, difamado e acusado na praça pública sem sequer existirem fundamentos ou provas para essas acusações. Quando são pedidas as provas das acusações, os processos logo caem por terra ou ficam suspensos em menos de 24 horas, como recentemente aconteceu com o processo instaurado pelo CD da FPF que apenas serviu para difamar o clube e sujar, uma vez mais, o seu nome.
Ao FC Porto e Sporting tudo lhes é perdoado. Cashball? Exorbitância de funções dos então dirigentes. Transferências para contas bancárias dos árbitros? Exorbitância de funções. Tentativa de corromper jogadores de futebol e andebol? Exorbitância de funções. Alegados desvios de dinheiro? Exorbitância de funções. Malas e luvas envolvendo valores superiores a 40 milhões de euros? Exorbitância de funções. Negociatas com outros clubes para fugirem às obrigações financeiras e inflacionarem os ativos e passivos? Criatividade financeira.
O Benfica está verdadeiramente a mais nesta bandalheira em formato de país. Imaginem só que existisse um clube em Itália que tivesse acesso a 10 anos de correspondência do seu rival através do roubo qualificado e recurso a um hacker, e em vez de apresentar o conteúdo às autoridades e assumir o crime, andava a manipular, deturpar e partilhar mentiras em direto no canal do clube, disseminando-as por blogs e páginas oficiosas pela internet fora. Isto aconteceu. E aconteceu em Portugal.
Trata-se, em absoluto, do reflexo e impunidade que alguns clubes gozam neste país. Pobre justiça onde os acusados na praça pública são automaticamente culpados e os difamadores e mentirosos são vítimas."

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