"Devido à pandemia, vivemos num momento de enorme incerteza, com repercussões na maior parte dos sectores de actividade, incluindo o desporto.
No caso particular das modalidades além do futebol, esta incerteza é agudizada pelas previsíveis dificuldades que muitos clubes terão, eventualmente, para cumprir os requisitos a exigir pela Direcção-Geral da Saúde, colocando em causa, no limite, a retoma das competições.
Não obstante estes riscos, o Sport Lisboa e Benfica entende que deve estar preparado para o desejado regresso da actividade competitiva, acautelando, no entanto, a possibilidade de os esforços dos clubes se revelarem infrutíferos tendo em conta a hipótese de se concluir que, devido ao estado da pandemia, não existam condições para um regresso a curto prazo como é desejo de todos.
Perante este cenário, mas respeitando os três grandes pilares estratégicos, definidos há mais de dez anos, para as modalidades – competitividade; sustentabilidade desportiva e económica; credibilidade –, foi elaborado o orçamento para a época 2020/21 com a intenção, ainda assim, de fazer mais com um pouco menos.
A competitividade das nossas muitas equipas é absolutamente central em todas as decisões tomadas no Clube. Em 2020/21 iremos manter e, em alguns casos, até melhorar a competitividade das nossas equipas seniores, tendo em vista um único objectivo: ganhar todas as provas em Portugal, em todas as modalidades.
Este desiderato estende-se, naturalmente, às equipas femininas. Ninguém como o Benfica investiu no desporto feminino em Portugal, fomentando a igualdade de género na sociedade portuguesa. Somos o único clube que alargou toda a sua prática desportiva para o género feminino, apresentando equipas seniores femininas nas seis principais modalidades (futebol, andebol, basquetebol, hóquei em patins, futsal, voleibol), além da presença no Projecto Olímpico (atletismo, judo, canoagem, triatlo, natação), polo aquático, râguebi e ginástica.
Na base desta aposta estão, além do investimento ambicioso, infraestruturas únicas em Portugal para a prática desportiva e uma estrutura humana altamente qualificada e especializada que apoia as várias modalidades e permite disponibilizar, aos atletas, as condições essenciais para o sucesso, o qual, no Benfica, só se traduz por ganhar.
Tudo isto sem nunca hipotecar a sustentabilidade das modalidades. Longe vão os tempos em que se ponderava a suspensão de uma ou outra modalidade, se questionava o cariz eclético do nosso clube ou se atrasava, por vários meses, a remuneração de atletas e treinadores.
Pelo contrário, hoje é ponto assente que a aposta no ecletismo é para manter e reforçar sempre que possível. A estratégia é delineada a médio prazo, criando confiança e atractividade a jogadores e treinadores. As nossas modalidades não estão dependentes de apoios ou financiamentos externos, são geridas sempre com meios do Clube e dependem dele apenas. Assim como não surgem devido a acordos pontuais com investidores, também não se extinguem caso um patrocinador importante deixou de ter condições para apoiar.
Por fim, algo que é transversal no Clube, fundamental e inalienável: a credibilidade e o respeito pelos compromissos assumidos.
Todas as decisões no Benfica são tomadas em função da capacidade de cumprir os acordos celebrados. Por conseguinte, tendo em conta a quebra de receitas derivada da crise pandémica, procedeu-se a um ajuste dos custos, até porque, de acordo com os estatutos do Sport Lisboa e Benfica, os orçamentos têm obrigatoriamente de apresentar resultado positivo.
No entanto, por força de maior eficiência na política de custos, a competitividade das nossas equipas não foi hipotecada, crendo-se, pelo contrário, que nalguns casos foi até melhorada. O Benfica continua a apoiar as modalidades, o seu desenvolvimento e o seu financiamento, como nunca havia sido feito antes, com ambição e sustentabilidade."
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