""Perdemos o Clássico no Dragão. A culpa foi do árbitro, do treinador, dos jogadores, das bolas de golfe etc.". Esta frase é válida para sábado, da mesma forma que foi válida para a assustadora maioria das nossas visitas ao antro azul e branco nos meus 39 anos de vida. Neste espaço de tempo, vi o SL Benfica vencer apenas 5,5 vezes na casa azul. Foi o "César Brito", o "Nuno Gomes", aquele das meias finais da Taça de Portugal que esbardalhamos mais tarde na Catedral, o "Lima", o do ano passado e aquela meia vitória do Donato Ramos. Derrotas, foram às dezenas e todas a saberem incrivelmente a azedo. Como a deste fim de semana, só a de 09/10, iguais na acumulação de azedismo com conismo.
No primeiro ano de Jorge Jesus, fomos ao Dragão a poder sair de lá com as faixas. Perdemos 3-1 a jogar 40 minutos em superioridade numérica. Saímos de lá felizes e contentes "fica a festa para fazer na Luz". E ficou e fez-se. Ninguém reparou foi nos murmúrios andrades "se tivermos hipótese de fazer a festa na vossa casa, fazemos". No ano seguinte, tiveram e fizeram. O cenário que se propunha para a última jornada, não era tão drástico, mas quase: vitória, 10 pontos de vantagem, pedra no assunto da 1ª Liga e vamos virar agulhas para a Liga Europa. Perdemos, 4 pontos e Luis Castro a bater palmas. No pensamento da Nação Encarnada, zero de preocupações. Um inenarrável ar de "entramos nas boxes para trocar pneus em primeiro, saímos em segundo, mas o que lidera ainda tem que ir mudar pneumáticos". É contar que não vamos ter nenhum furo e não ter vergonha de ver uns patetas que nos vencem com um penalty fantasma e uma bárbara agressão em frente ao árbitro, dizer que lideramos porque somos beneficiados pelas arbitragens.
Continuamos a não olhar para o Clássico com a importância que ele tem. Admito que é difícil. Mesmo eu vejo o "derby" como o Meu Jogo. Pondero se não estarei errado. Nós Amamos o SL Benfica e Não Gostamos do FC Porto. Eles Odeiam o SL Benfica e Odeiam o SL Benfica. No choque das identidades, prevalece o "não discutas com um idiota, porque ele arrasta-te para o nível dele e vence-te pela experiência". Não vale a pena estar com conversa de "facebook": o ódio é bem mais pungente do que o amor. As tarjas e bonecos enforcados em viadutos, os apedrejamentos e hole-in-ones de golfe ou os socos e histerismos impunes do Pepe são um modo de vida. O que para nós é mais uma jornada, para eles é vitória digna de festejar com 4º árbitro ao colo, talvez homenageando a diferença pontual que os separa do Maior. Não há que ter medo de dizer as coisas: somos o Sporting deles. Felizmente, vendo-os dar uma volta olímpica por estarem apenas a uma derrota e um empate da liderança, mais me convenço que eles se estão a tornar num Sporting Clube do Porto. E se alguém sabe ganhar a Sporting's, somos nós."
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