"É tão correcto como inevitável o videoárbitro (VAR). Deixou de ser uma pergunta de sim ou não para ser uma de quando o como. Já estamos nessa fase, na verdade para lá dela, pelo que se aclama o desembaraço da FPF e se espera que esta medida concreta na arbitragem ajude a resolver o grande problema do futebol português: os dirigentes dos clubes.
Mas estes, se quiserem, podem já iniciar um processo de nova discussão, se porventura com o videoárbitro continuarem a achar-se mais prejudicados do que os outros. Na verdade, o VAR nem sequer é o mais radical que aí anda no desporto em matéria de arbitragem. Será? Ora bem, não creio que possamos esquecer-nos do telespectador-árbitro, que apesar do nome está longe de ser coisa do futuro, pela simples razão de que é coisa do passado. Nos grandes torneios de golfe já tem utilidade, ainda que raramente destacada.
Há um mês, por exemplo, a golfista Lexi Thompson foi notícia numa prova em Rancho Mirage, Califórnia, EUA, quando penalizada em quatro tacadas por reposição manipulada da bola e consequente anotação irregular no cartão de marcação de tacadas; e foi penalizada depois de denúncia de um telespectador.
Como no golfe não há árbitros - no sentido clássico de quem está a seguir os atletas - funcionam princípios de boa-fé. De qualquer forma, casos de falsidade podem ser denunciados pelos espectadores (é raro) ou até pelos telespectadores. Assim, alguém, de casa, enviou um email para o portal Fan Feedback da Ladies Professional Golf Association delatando a reposição ilegal de Thompson, pelo que a golfista, revistas as imagens pelos juízes, foi penalizada, fazendo ecoar a revolta de outros golfistas, incluindo Tiger Woods, que exigiu o fim do efeito prático destas denúncias.
O videoárbitro é o futuro do futebol, o passado do golfe e o nosso fascinante presente."
Miguel Cardoso Pereira, in A Bola
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