"Desde os anos de Borges Coutinho (1969/76) que um presidente do Benfica não governava o clube com tão amplo consenso. É este o ponto de partida de Luís Filipe Vieira para o quinto mandato consecutivo, provavelmente aquele que vai exigir mais do presidente. Quando chegou à liderança, em 2003, o mais fácil que havia no Benfica era definir objectivos. Manuel Vilarinho fizera o possível para atenuar a terra queimada de Vale e Azevedo, mas, mesmo assim, os desafios que se colocavam a Vieira eram tremendos. Seguiram-se anos de recuperação desportiva, estabilização financeira e dotação patrimonial e quem conheceu o Benfica do início do milénio e o vê agora sente que o clube deixou de ser a Albânia de Enver Hoxha e transformou-se numa nação moderna, desenvolvida e ambiciosa. Com uma equipa tricampeã nacional, uma formação a produzir talentos e uma renovada capacidade de realizar receita, o principal perigo que o Benfica pode correr é o da inércia, da sensação de que o essencial está feito, de algum abrandamento na fúria de crescer. Porém, não é em vão que, nos tempos da juventude Luís Filipe Vieira era conhecido pelo «Ventoinha», como chegou a referir um discurso há mais de uma década, reportando-se a uma conversa com o pai. É esse efeito-Ventoinha, essa capacidade de trabalho e de inovação, essa insatisfação permanente, tão própria daqueles a quem nunca deram nada e subiram na vida a pulso, que surge como o principal trunfo de Luís Filipe Vieira para os próximos quatro anos do Benfica. Um clube é um organismo vivo e sempre em mudança e essa é uma realidade que Vieira compreendeu bem."
José Manuel Delgado, in A Bola
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