"Arrancaram ontem os Jogos Paralímpicos Rio 2016. A Missão portuguesa é composta por 37 atletas que vão competir em sete modalidades. Incontornavelmente vamos falando de medalhas e objectivos desportivos, numa vertente de alto rendimento que o desporto adaptado também quer para si.
O Chefe da Missão Paralímpica, Rui Oliveira, realçou que a profissionalização «é o caminho para os atletas portugueses poderem participar em igualdade de circunstâncias». Convém termos presente que a grande maioria dos atletas que integram a Missão Olímpica não são profissionais, aliás, tal como a maioria dos atletas que participaram nos Jogos Olímpicos. Alguns recebem bolsas de apoio (técnico e logístico) à preparação olímpica, mas as suas modalidades não têm enquadramento profissional, nem têm contratos de trabalho com clubes ou outras instituições.
Antes de saber se podemos ou devemos dar condições profissionais aos nossos atletas de elite, é necessário saber se queremos, realmente, alto rendimento em Portugal. Competidores de modalidades sem quadros profissionais num país com clubes de escassos recursos, dificilmente chegam lá sozinhos, só ocasionalmente e por geração espontânea.
Se é isso que queremos, é necessária uma utilização mais eficiente dos recursos disponíveis para o alto rendimento. Se pretendemos melhores resultados, temos de investir, detectar os nossos talentos, conseguir que os atletas tenham melhores performances e isso faz-se treinando melhor, com mais qualidade e com enquadramento técnico multidisciplinar.
Se quisermos um verdadeiro alto rendimento é, em muitas modalidades, necessário ter atletas a tempo inteiro. Podem e devem conciliar a sua vida desportiva com a académica e social, mas têm que ter disponibilidade de tempo, física e financeira.
Quem está disposto a isso?"
Mário Santos, in A Bola
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