"Ser pago para treinar o Sporting e não parar de falar do Benfica. O homem não resiste.
Comecemos pelo Porto
1. Em 2015 tiveram a necessidade de contratar um guarda-redes mediático, que acabou por não ser determinante num plantel mediano.
Esta época, mantiveram Maxi Pereira, inferior, reconheça-se, ao seu antecessor (Danilo) e, surpreendentemente, não contrataram nenhum lateral direito, mas, antes, dois laterais-esquerdos (talvez para, em conjunto, fazerem esquecer Alex Sandro). Contrataram, ainda, dois defesas centrais: Felipe e Willy Boly, reconhecendo, com isso, erros passados. Contrataram, também, dois médios, um deles a custo zero (João Teixeira) e outro (Óliver) por empréstimo. Por fim, foram buscar dois avançados: Laurent Depoitre e Diogo Jota (tenho pena), este também por empréstimo. Depoitre já fez estragos no Dragão; não nas balizas adversárias, mas antes na Administração da SAD (há cada coincidência por aqueles lados).
Ao invés, e quanto a jogadores relevantes - até peco por defeito, se relermos os jornais de há um ano - saíram Aboubakar, Licá e Alberto Bueno, para não falar em Pablo Osvaldo. Os tais que vinham fazer esquecer Jackson Martinez.
O plantel do Porto tem vindo a descer de categoria de época para época, razão pela qual e para colmatar as grandes deficiências existentes, tiveram de se reforçar muitíssimo.
Muito e bem? Ou só muito? A ver vamos!??
O Sporting foi o vencedor
2. Sem Supertaça, não brincaram em serviço e arrebataram o título de Rei das compras. Beto, a custo zero, e o tão desejado e namorado - a julgar pelo que se lia e ouvia - Douglas.
Em 12 meses, 3 defesas novas completas!
É obra!!!
Quanto a médios, redescobriram Bruno Paulista e contrataram Elias e Petrovic (Marcelo Meli chegou por empréstimo).
Relaticamente a avançados, o Sporting contratou Bas Dost, Alan Ruiz, Luc Castaignos, André e Lukas Spalvis, para substituir Slimani (se pudessem jogar todos e só contar como um), E ainda foram buscar Joel Campbell e Markovic (por empréstimo).
Com tanta compra, vou contar os minutos da formação em campo (sem me rir, mas, apenas, para constatar).
A estratégia do Benfica
3. Quanto ao BENFICA - e como adepto - reforçou-se, quanto a médios, com Rafa, André Horta, Danilo e Celis. Quanto a avançados, fomos buscar Franco Cervi, Carrillo e Zivkovic.
Uma opção estratégica clara de Luís Filipe Vieira, que soube planificar bem a época, de acordo com a avaliação das dificuldades que se avizinham e da definição dos objectivos do Benfica, gerindo - numa óptica externa e de pura observação - a cobiça dos grandes clubes.
Os jogadores e as juras eternas
4. A vida dá muitas voltas e o futebol não é excepção. O que hoje é dado como certo, amanhã poderá não o ser. O que nos leva a constatar, tantas vezes, que pela boca morre o peixe.
No dia do encerramento do mercado, entre outras surpresas (ou tentativas de), fomos informados do regresso de Lazar Markovic a Portugal, para o Sporting.
Apesar da sua curta passagem pelo Benfica, deu para o jogador criar uma grande paixão pelo clube.
Markovic, para além de ter percebido rapidamente que «o grande segredo do Benfica são os seus adeptos» - disse-o várias vezes, inclusivamente a uma semana do fecho da janela de transferências -, imediatamente após a sua saída, classificou o Benfica como a sua segunda casa - tal como tantos outros que saem, sendo um dos exemplos mais recentes Carcela.
Ora, presumindo que a sua «primeira casa» não será em Alvalade - ou melhor, o Sporting, por este e aquela freguesia de Lisboa não se confundirem - como irá conciliar essas juras de amor eterno com a sua actual situação?
Terá, certamente, um problema para resolver, para que se evitem crises existenciais e de identidade (que não tiveram Artur, Cardozo, Garay e Coentrão, por exemplo).
Ou, como diria Ricardo Araújo Pereira, a camisola do Benfica honra todos os jogadores que a vestem, sem excepção; alguns deles, não muitos, «honram tanto a camisola como ela os honra eles». E outros há, ainda mais raros, que «conseguem dar mais ao Benfica do que o Benfica lhes dá», sendo que a estes, por esse motivo, o clube lhes ergue uma estátua no estádio e «só lá está uma».
Como tem razão.
Os jogadores, os técnicos, os dirigentes mudam, regularmente; já o símbolo e os adeptos, esses permanecem ad eternum.
Por isso, ninguém está acima do Benfica (nem no mesmo plano, acrescento eu)!
A grande entrevista
5. As paragens de campeonato dão para tudo. Desta vez, deu para uma grande entrevista - pelo menos, em extensão - do treinador que se auto-intitula como o melhor do mundo.
Dela destaco essencialmente a frontalidade com que assumiu a «pequenez» que encontrou no seu actual clube.
Então o que encontrou «lá dentro» era «muito pequenino»?
Muito nos conta!
Mais: ficámos a saber que os jogadores que estavam no seu clube foram valorizados pelo próprio - algo, aliás, que sempre fez em todos os clubes por onde andou, sem excepção, como bom «cérebro» que é.
Mas, o que terá a dizer relativamente a alguns jogadores da sua academia, quais pérolas, que, se a memória não me falha, deu como certas no plantel e que, entretanto, foram dispensadas?
E o que terão a dizer Iuri Medeiros, Mané e João Palhinha, por exemplo?
Mas não posso deixar de constatar que, da época passada, não retirou uma (grande) lição: ser pago para treinar o Sporting e não para falar do Benfica. O homem não resiste (talvez não fosse ele próprio se assim não fosse).
Diz que o Benfica quer «correr com o Luisão».
Terá memória curta?
Quem dispensou Nolito, que está, agora, a jogar no Manchester City e é titular da selecção espanhola?
E André Gomes, que foi parar ao Barcelona?
O que terá a dizer das prestações de Bernardo Silva e João Cancelo na selecção principal?
E das oportunidades que não deu a Nélson Semedo e a Lindelof, por exemplo?
E de Renato Sanches, que, com ele, não só não teve a devida oportunidade, como ainda se deu ao atrevimento de defender, há 3 meses, que não poderia ser titular da Selecção (como se viu, anteontem, com o resultado alcançado pelos aurélios na Suíça, se lhe tivessem dado ouvidos, nunca seríamos Campeões da Europa).
E sobre Oblak, a quem resistiu, durante anos, até lhe dar, quase obrigado, a titularidade do Benfica e que hoje é indiscutível no Atlético de Madrid?
Isto para não falar de Pablo Aimar e Saviola.
Afinal, ele, sim, foi a única pessoa que nos últimos sete anos, no Benfica empurrou jogadores para fora do clube.
Para já não falar na comparação infeliz - para o capitão do Sporting - entre Luisão e Adrien.
De facto, ele bem tenta não falar do Benfica, mas não consegue.
Tendo como únicas preocupações a grandeza do Benfica e a do seu narcisismo.
Por mim, uma certeza: não poderemos entrar no jogo de quem precisa de muito barulho para parecer o que foi. Até porque, ganha quem merece e não quem faz mais barulho!
Quanto a contas, contas, talvez lhas peçam um dia destes, lá para meio da época, quem, bem ou mal, fez alguma coisa para lhe pagar tanto ou mais do que ganham todos os restantes treinadores da 1.ª divisão portuguesa (a não ser que, em Alvalade, se ache bem dar 6 milhões/ano para ganhar uma Supertaça, ou nem isso)."
Rui Gomes da Silva, in A Bola
PS: Duas notas, o consócio Rui Gomes da Silva, esqueceu-se do último capitão do Benfica a ser empurrado pelo treinador para fora do Benfica: Nuno Gomes...; e já agora temos que ser justos, além da Supertaça, o homem já conquistou a Taça Rui Santos!!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!