"O futebol é, na sua essência, um jogo colectivo. Donde, o conjunto dos 11 jogadores deve ser superior à sua simples adição.
Acontece que o fascínio das individualidades é um factor diferenciador num desporto em que a monotonia das tácticas, o medo de perder, a exaltação de destruir o jogo mais do que o primado de o construir, a ronha premiada e outros factores o vêm tornando um jogo de uma platitude por vezes abominável e afugentadora de público. Por isso se glorifica um jogador que arrisca, que se liberta da prisão táctica, que entusiasma com a imprevisibilidade, a arte e a inteligência.
É nesse enquadramento que se podem compreender os múltiplos troféus consagrados aos melhores, seja a nível mundial, continental, nacional ou clubista. Ainda que em demasia e, sobretudo, hipervalorizados nos media e nas análises. O que leva, a meu ver, a perscrutar nos melhores uma ansiedade indisfarçável de egos. Depois há as sempre subjectivas (para não dizer parciais) escolhas, espicaçadas por guerras entre os favoritos de que o duelo Ronaldo/Messi já cansa na sua lógica pré patológica.
Desde 2011, há o prémio da UEFA para o melhor atleta da época. Creio que dos 3 escolhidos não haverá dúvidas sobre o vencedor, Cristiano Ronaldo. O que já me parece estranhíssima é a escolha dos parceiros do pódio: Griezmann só porque jogou bem no Euro 2016? Bale, excelente jogador, porque levou Gales à semi-final?
Cai-se sempre nos mesmos erros. Parece que a memória só retém a parte final das épocas. Suárez foi o melhor marcador do... ano e final quase sempre de lado guarda-redes (Buffon, p ex.), defesas e médios."
Bagão Félix, in A Bola
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