"Em 1961, o Benfica foi à Dinamarca conquistar uma vitória e... um adepto!
Na sua gloriosa caminhada europeia de 1960/61, o Benfica deslocou-se à Dinamarca para defrontar o Aarhus GF, no jogo da 2.ª mão dos quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, disputado a 30 de Março de 1961.
A popularidade do Benfica já tinha chegado à Dinamarca principalmente entre os mais jovens. Dezenas de crianças dinamarquesas rondavam dia e noite o Hotel Royal, onde estava instalada a equipa benfiquista, só para conseguirem um autógrafo ou simplesmente verem os 'ases da bola'. Entre eles, estava o jovem Jan Birmann, 'um simpático rapazinho, de cara risonha e cabelo alourado', com 12 anos, que conseguiu conquistar a amizade de cada um dos jogadores, técnicos e dirigentes que compunham a comitiva benfiquista.
O pequeno dinamarquês, que esteve quase sempre junto da entrada do hotel, estava encantado com a possibilidade de contactar com qualquer dos jogadores. A comitiva benfiquista ficou impressionada com o seu entusiasmo e Jan 'foi praticamente adoptado pelo clube português', acompanhando os jogadores durante a sua estadia na Dinamarca. Estava com 'os melhores do Mundo', dizia ele em português.
O Benfica fez uma excelente exibição em campo. Venceu o Aarhus por 4-1 e José Augusto, com uma actuação extraordinária e dois golos marcados, foi a figura do encontro. Tal fez crescer ainda mais a admiração de Jan por José Augusto, ao ponto de, à despedida, ter-se mostrado disposto a vir para Lisboa, porque não se queria separar do «Zé Auguisto», como lhe chamava.
Desta aventura, nasceu um verdadeiro amor pelo Benfica. Por intermédio do Eng. Coelho Virgílio, vice-presidente da Comissão Central Jan tornou-se sócio do Benfica e manteve um contacto próximo do Clube.
Reencontrou os seus ídolos em duas outras ocasiões. Dois anos depois, quando o Benfica voltou à Dinamarca numa digressão pela Escadinávia, Jan convenceu o pai a levá-lo a Copenhaga. Chegou equipa 'à Benfica', o equipamento que Coelho Virgílio lhe tinha oferecido, e participou no treino dos seus ídolos. E em 1969, já com 21 anos, voltou a Copenhaga para ver o Benfica jogar com o clube local, e regressou com um presente muito especial: a camisola de Eusébio!
Com a sua paixão pelo Benfica, Jan Biermann é um símbolo da universalidade do emblema 'encarnado', que podemos relembrar na área 26. Benfica universal do Museu Benfica - Cosme Damião."
Ana Filipa Simões, in O Benfica
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