"O Benfica respondeu bem ao tiro no porta-aviões que foi perder em casa com um FC Porto que estava ao alcance dos encarnados. Essa é a principal ilação a tirar do jogo de ontem da Champions, onde, sem deslumbrar, a equipa da Luz apresentou um futebol sólido e sério, frente a um opositor experiente e bem orientado, recheado de craques pagos a peso de ouro. Quando Jonas, já em tempo de compensação, mostrou que também marca contra os grandes, o Benfica já tinha feito o suficiente para justificar a vantagem. Não obstante, porque nem André Villas Boas revelava vontade especial de assumir demasiados riscos, nem Rui Vitória ia para além das trocas directas, parecia, à medida que o encontro se aproximava do fim, que tudo ia ficar por um nulo a rever em São Petersburgo. Em boa hora para o Benfica, porém, Gaitán marcou um livre perfeito, Jardel bloqueou Garay e Witsel e Jonas cabeceou certeiro para o fundo das redes russas. Um golo que permite aos encarnados uma abordagem mais confiante para o jogo da segunda mão.
Benfica, da depressão à euforia em quatro dias? Mal irá se assim for. Os ensinamentos que precisa de retirar destes dois jogos devem ir essencialmente no sentido da necessidade de apurar mais o controlo do meio-campo. O FC Porto dos dias de hoje não é melhor que este Zenit e a diferença para os da Luz entre a última sexta e a noite de ontem residiu, precisamente, no maior envolvimento dos alas e do dez no apoio ao seis e ao oito.
Antes da final de Alvalade, o Benfica, que continua no arame sem rede, não tem margem para facilitar. A demanda do título passa por encarar o Paços de Ferreira e o União da Madeira como jogos de vida ou de morte. Para já, a forma como viajou entre o FC Porto e o Zenit é um bom sinal."
José Manuel Delgado, in A Bola
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