"Todos os anos, por esta altura, fantasio uma participação Benfiquista no Tour de France.
Ciente que estou da exigência orçamental que um projecto desta envergadura exigiria e da dificuldade na obtenção de um convite para integrar esta prova mítica, rapidamente abandono o sonho de ver o vermelho das nossas camisolas em estradas francesas e dedico-me à racionalidade dos números e ao consolo de saber que a actividade benfiquista nesta modalidade, apesar de histórica no Clube, foi suspensa em quatro períodos diferentes, sempre por razões financeiras.
No presente, recuperada que está a credibilidade e a capacidade de investimento do SLB, além do cada vez maior reconhecimento da força da sua marca, creio que chegou o momento de se repensar o afastamento das estradas, cumprido, de forma ainda mais vincada, o seu cariz ecléctico e dar continuidade a um longo percurso, iniciado em 1906, no qual se evidenciaram grandes atletas de 'águia ao peito' como, entre muitos outros, Alfredo Luís Piedade, José Maria Nicolau, Peixoto Alves, David Plaza ou, mais recentemente, Rui Costa.
Com - à semelhança do Futebol - uma estrutura independente do Clube, mas não autónoma, e a implementação de uma filosofia que conjugue grandes figuras e a aposta sustentada na formação ('Benfica Olímpico' e Atletismo), julgo que o Benfica poderia, a médio prazo, liderar o Ciclismo nacional e marcar presença regular em provas internacionais. Apesar de desconfiar que a notoriedade do SLB se torna contraproducente (suspeitas de conluio de adversários), não menos verdades é que a glória benfiquista se fez da constante superação às adversidades.
E o emblema até tem um ciclo..."
João Tomaz, in O Benfica
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