"Escreveu o meu amigo Carlos Rodrigues, no Correio da Manhã, que o futebol português talvez precise, em breve, de um resgate financeiro. A afirmação é forte, mas não deixa de ter um fundamento evidente face às contratações surpreendentes do defeso: o Sporting, a emagrecer financeiramente desde a eleição de Bruno de Carvalho, apresenta subitamente verbas suficientes para a contratação do treinador bicampeão nacional; o FC Porto, sem ganhar nada há dois anos e depois de um investimento de milhões sem retorno no último Verão, surpreende com a contratação de Iker Casillas. Poderia tudo ser um bom prenúncio, não fora as conhecidas dificuldades financeiras e os elevadíssimos níveis de passivo financeiro que povoam as contas dos principais clubes portugueses. Para já não falar, claro, da intensa exposição à crise financeira e ao colapso do BES. O que verdadeiramente intriga é o surgimento de verbas que não parecem ter qualquer cabimento no quadro orçamental dos clubes e nas contas que os próprios submetem, periodicamente, à CMVM. Portanto, haverá que concluir por uma de duas vias: ou os clubes estão sob aquisição, e o capital disponível se deve à entrada de investidores que, cedo ou tarde, serão os donos e os senhores dos clubes, como aconteceu no Chelsea ou no Valência; ou, em rigor, estamos a cruzar perigosas linhas vermelhas que, sem o devido retorno, se tornarão numa crise endémica das finanças desportivas em Portugal. O Benfica de Luís Filipe Vieira tem ficado, e bem, à margem desta loucura de mediatização que, de repente, tomou conta dos responsáveis do Futebol. Não me admira que no final do próximo ano, sejam os clubes - e já não o país - sob resgate financeiro da UEFA ou da FIFA. Acreditem: não há minas de ouro gratuitas!"
André Ventura, in O Benfica
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