"Jorge Jesus considera que o título que o Benfica pretende conquistar já hoje, em Guimarães, não é só importante para ele, que nunca, antes, tinha sido campeão duas vezes consecutivas, mas o mais importante para o clube, que não é bicampeão há mais de 30 anos.
Claro que não há campeões sem importância e nenhuma vitória num campeonato profissional pode, em circunstância alguma, ser desvalorizada, mas percebe-se o que Jesus quis dizer. No fundo, todos os títulos são importantes, mas alguns são mais importantes do que outros.
O futebol português tem conhecido diversos ciclos de hegemonia dos seus três principais clubes. O Sporting dominou nos anos cinquenta, o Benfica foi rei e senhor nos anos sessenta e setenta, mas o FC Porto tem sido o grande e incontestável líder do tempo da democracia política do país.
Pode-se, sempre, invocar algumas razões laterais, lembrar que há sempre sistemas controlados por trás de períodos de longa hegemonia, mas a verdade é que o FC Porto tem ganho muito mais vezes, porque muito mais vezes tem sido melhor, mais organizado, mais preparado.
Ora a confirmação do bicampeonato poderá não significar que o Benfica esteja de regresso ao poder do futebol português, mas pode, pelo menos, significar a quebra do domínio do FC Porto e isso, em si mesmo, já é uma novidade histórica no futebol português do século XXI. É disso que Jorge Jesus tem noção e naturalmente que o afirma com especial vivacidade num ano em que o Benfica nem sequer tinha o melhor plantel, o que tornará mais evidente o mérito do treinador."
Vítor Serpa, in A Bola
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