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sexta-feira, 22 de maio de 2015

Foi muito divertido

"Vamos imaginar que o Benfica, apenas por sonho, tinha um jogo decisivo em Guimarães para ser campeão. Vamos imaginar que o Benfica jogava bem, podia golear, mas a bola não entrava. Vamos imaginar que o árbitro era o preferido, requisitado e adepto da equipa rival. Vamos imaginar que anulava um golo limpo ao Benfica logo aos sete minutos e não assinalava um penalty claro aos 32. Vamos imaginar que o Benfica empatava 0-0. Vamos imaginar que o rival jogava no Restelo, contra um limitado Belenenses e que a cinco minutos do fim um jogador suplente, que não havia marcado um golo na primeira Liga esta época, que jogou em escalões secundários quase toda a carreira, empatava a partida. Vamos imaginar que o treinador rival que já havia ameaçado puñetazos dava vários no banco dos suplentes e acabava de joelhos no relvado.
Eu sei que tudo isto não era possível, mas, se fosse, seria provavelmente das vitórias mais saborosas para quem ganhou e das derrotas mais difíceis para quem perdeu. Há várias maneiras de ganhar e várias de perder, mas se fosse possível assim hão-de convir era muito divertido.
Chegados ao 34. Merecemos e queremos festejar. Um bicampeonato, o quinto troféu nacional consecutivo, sem nenhum outro clube se intrometer na série, e a forma determinada como se ganhou um título que no início da época todos davam como difícil e improvável, até pela qualidade e aposta do adversário. Incapazes de reconhecer méritos no Benfica, todos se lançam na busca dos deméritos do rival.
Agora até se encontram mais defeitos em Lopetegui que virtudes em Jorge Jesus. Há razões de sobra para festejos, mas pode ser com moderação, porque há ainda mais para ganhar esta época, pode vir um sexto troféu a caminho, para desespero dos invejosos e orgulho dos benfiquistas."

Sílvio Cervan, in A Bola

1 comentário:

  1. Eu sou da mesma opinião.
    Não se poderia ter escolhido melhor guião para esse filme.

    Um final perfeito!

    :D

    <3

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