"Mesmo com um Mundial à porta, não há benfiquista que não guarde o doce sabor de uma temporada histórica, coroada com a conquista de três troféus, e abrilhantada pela presença numa final europeia.
Se no calor da euforia nem sempre é possível avaliar com precisão todos os aspectos que pesaram em tão triunfante caminhada, agora, a frio, com algum distanciamento a ajudar, torna-se mais fácil identificar as razões, os momentos, e, também, os heróis, de uma saga inesquecível.
É preciso dizer que estamos perante, não uma, mas duas temporadas absolutamente excepcionais da nossa equipa de futebol. Terminaram de forma distinta, é certo, mas se a sorte ou o azar podem ditar o destino final de qualquer jogo (com um penálti falhado, um remate fortuito, ou um golo nos descontos), só a competência e o trabalho rigoroso permitem manter, durante meses, um elevado nível competitivo - capaz de pôr os adeptos a sonhar com este mundo e com o outro.
Foi essa ideia que levou o Presidente Luís Filipe Vieira – de forma tão lúcida quanto corajosa - a decidir manter uma equipa técnica sob contestação, e foi aí que a história do sucesso começou a ser escrita.
Houve, porém, um segundo momento, a partir do qual a equipa se uniu, e acreditou que tudo lhe era possível. Inspirada por Eusébio, a vitória sobre o FC Porto, no final da primeira volta, virou os pratos da balança definitivamente a nosso favor. Se a manutenção de Jesus criou condições objectivas para vencer, aquela semana de Janeiro deu a união e a crença que sempre acompanham os campeões.
Luís Filipe Vieira, num primeiro plano de análise, e Jorge Jesus, logo atrás, foram pois os obreiros deste sucesso. Mas há que distinguir também aqueles que, em campo, interpretaram tão bem a mística benfiquista, e concretizaram em títulos os anseios de milhões de portugueses. Enzo Perez e Gaitán foram, no meu ponto de vista, os jogadores que mais brilharam durante estes meses. Um a equilibrar, outro a desequilibrar, foram eles as estrelas do Benfica 2013-14."
Luís Fialho, in O Benfica
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