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quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A questão sérvia

"Há um ano e pouco, o Benfica vendeu dois médios de nível europeu – Javi García e Witsel –, mas, passados apenas 15 dias, Jesus tinha refeito a equipa, adaptando Matic à posição de Javi e pondo Enzo Pérez no lugar do belga. Neste ano, o Benfica não vendeu ninguém, comprou uma mão-cheia de jogadores – mas, percorrido um terço do campeonato, ainda não encontrou um onze-base nem um modelo de jogo. 
Só pode haver uma explicação para isto: os jogadores sérvios vieram complicar o que estava feito. Não acrescentaram muito e baralharam o treinador que ainda não sabe bem o que há de fazer com eles: Markovic joga às vezes a extremo onde é fraquinho, Sulejmani é pouco utilizado e Djuricic desapareceu. E esta reduzida utilização deve irritá-los, criando possivelmente problemas no balneário.
Diz-se que o Benfica tem um grande plantel. De facto, é grande, mas não é excecional. Tirando Salvio, que se lesionou, não tem nenhum extremo de classe.
Tem uma molhada de defesas-laterais, mas nenhum também com classe indiscutível. Maxi ainda é o melhor, mas está gasto. E Sílvio e Siqueira estão constantemente magoados.
No meio-campo, após a lesão de Amorim, não houve ninguém para o substituir – e foi necessário mudar a ideia de jogo. E para o ataque há gente a mais: Lima, Rodrigo, Cardozo, Djuricic, Markovic, Salvio, Gaitán, Cavaleiro, Ola John, Sulejmani, Funes Mori… São muitos, mas quando Cardozo se lesiona também não há ninguém que faça aquela posição. Como se vê, o plantel não é nada de extraordinário – e é extraordinariamente desequilibrado.
Tem-se discutido muito a má prestação do Porto, mas eu acho que o caso do Benfica é mais grave. O Porto tem tido um problema de resultados – mas o Benfica tem um problema de identidade. Os resultados é que, ainda assim, têm salvado a equipa. Enquanto o Porto mantém os princípios, o Benfica perdeu-os. Seja por lesões ou por excesso de opções, em cada desafio alinha uma equipa diferente – e o modelo de jogo ressente-se. Aquele grupo alegre e goleador que Jorge Jesus montou quando chegou ao Benfica apenas surge em lampejos. Em Atenas jogou bem, ontem também. Mas percebe-se que o treinador ainda não agarrou uma equipa."

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