"Terminada a primeira volta, importa perceber o que nela se inscreveu de mérito do Benfica em resposta aos profetas que em cada adversidade encontram o som das trombetas apocalípticas.
Perante as saídas de Witsel e Javi Garcia, arregaçaram-se as mangas e criaram-se alternativas que rapidamente se demonstraram tão ou mais competentes do que os seus antecessores. Perante as arreliadoras lesões de Aimar e Carlos Martins, criaram-se dinâmicas novas e soluções com outros nomes. Perante o longo castigo e lesão de Luisão, o grupo de trabalho soube ouvir outras vozes de comando. Assim, nomes como Matic, Lima, Enzo, Jardel ou Ola John acabaram por se impor na equipa, aproveitando oportunidades e criando soluções onde as carpideiras patéticas anunciavam desgraças. A estes juntam-se futebolistas como Melgarejo, André Almeida e André Gomes, novos nomes a que nos fomos habituando e em quem aprendemos a confiar sem reservas. Tudo isto faz parte de um Benfica novo, ainda que mantendo as grandes referências das últimas épocas. Tudo isto se deve, especialmente, ao mérito de uma equipa técnica (desde Jorge Jesus a Pietra) que, pelo trabalho e competência, insiste em dar lições de profissionalismo e competência aos comentadores de bolso que se limitam a esperar o deslize para enfiar a facada. Todas estas soluções levaram a que o Benfica tivesse feito uma metade de época invicto no Campeonato, na Taça de Portugal e na Taça da Liga. Será, salvo erro, a segunda melhor primeira metade de Campeonato da História do Benfica e a melhor desde 1972//73 (a do campeonato invicto de Jimmy Hagan).
Ao ver este panorama, recordo as palavras de tantos que, cheios da soberba dos ignorantes, se apressaram, no início da época, em anunciar a desgraça. A esses relógios parados à espera dos dois momentos do dia em que ufanos podem dizer “eu bem disse, eu tenho razão”, resta-lhes esperar que na segunda volta do campeonato surja um qualquer Soares Dias (Benfica-Braga) ou Xistra (Académica-Benfica) que lhes alivie a azia."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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