"Na entrevista concedida ao director Vítor Serpa n'BOLA TV, o director executivo da Associação de Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPEL), Emanuel Medeiros, fez duas afirmações com as quais estou completamente de acordo e que já aqui defendi por mais de uma vez:
1. «a negociação colectiva dos direitos televisivos é essencial para a maximização das receitas».
2. «a negociação individualizada dá origem a uma extrema polarização das receitas, como sucede em Portugal e Espanha».
Tudo isto me parece óbvio e não carece de laboriosos considerandos para o demonstrar. Basta observar o que se verifica à nossa volta. Mas o dirigente europeu vai mais longe e acrescenta que «a maximização das receitas» traz também consigo «uma redistribuição mais equitativa das mesmas entre os clubes».
Ora, aqui é que as coisas não são assim tão simples. E como não são nada simples é, por isso, que os critérios de repartição do bolo são muito diferentes de país para país. São muitos os factores que podem (ou não) entrar em equação e diferente o peso específico que cada um deles pode ter na definição da fatia. Seja como for, a verdade é que os clubes de topo (com mais títulos e maior base social de apoio) continuam, justamente, a receber cachets substancialmente mais altos do que os outros. Não só. Nos países em que a venda foi centralizada (ou por imposição dos Governos ou por concertação amigável) passaram mesmo a receber mais do que recebiam antes, e esta é a grande vantagem a reter. No caso de Portugal, o primeiro problema é saber se o país tem dimensão económica para sustentar 16 clubes! Que está a montante de toda a discussão. E, para mim, é claro que não tem."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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