"Há um curiosíssimo conto de Luiz Pacheco que tem um sonâmbulo como personagem principal. Escritor de profissão, levanta-se de noite nos mais profundo dos sonos, retira um livro da estante e senta-se à máquina de escrever, copiando diligentemente parágrafo a parágrafo. Pelas manhãs, quando acorda, vê as resmas de papel que encheu durante a noite com prosa da melhor e pensa para consigo: ' Sou um génio!'
Da mesma forma funciona o Mourinho de pacotilha que o FC Porto foi buscar às Ilhas Virgens Britânicas (onde parece ter feito uma extraordinária inovação com a introdução de cocos do mar nos lances de bola parada) que se julga um génio no final de cada jogo, ignorando o solícito trabalho de quem lhe escreve o livro das vitórias e dos pontos conquistados à custa de penáltis marcados e por marcar neste campeonato trapalhão e insalubre, que poderá muito bem ganhar e epíteto de 'Campeonato do Olegário'.
É tão ridículo o fungagá da criatura que se sujeitou ao grotesco de se abraçar alegremente a Domingos depois da vitória da sua equipa (com mais um penálti perdoado no último minuto) como se a palhaçada fosse estendível a toda a gente e, sobretudo, aos adversários que têm de sofrer tais esbulhos.
Mas, em Portugal, o ridículo não mata. Nem empáfia. Tanto assim que esse inacreditável representante da classe que não se deixa governar, e que dá pelo nome já de si ridículo de Olegário Benquerença, se deu ao luxo de levantar a possibilidade de calar a crítica à bofetada.
Que sina a nossa, em ter que aturar tais figurões. Um em estágio para ser chutado para um Málaga qualquer depois de ganhar um ou dois daqueles campeonatos que Alex Fergunson intitula, com humor britânico, de «comprados no supermercado» (até já há quem se esqueça que Mourinho foi o grande Campeão do 'Apito Dourado'...); o outro sempre disponível para a submissão, seja para não ver bolas que entrem dois metros para lá da linha de golo seja para carregar ao colo o tal de amigo Mourinho até à final dos Campeões. Ah! E como é bem paga a incompetência... Pelo meio das bofetadas, Olegário que nos diga quanto ganhou no Mundial. E é assim que os árbitros 'amiguinhos' chegam todos a internacionais. O problema é que enquanto estes sonâmbulos dormem o sono profundo da sua própria mediocridade, os titeiros que lhes puxam os cordões estão bem acordados."
Afonso de Melo, in O Benfica
obrigado pelas crónicas!
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