Últimas indefectivações

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Glorioso e inesquecível dia na história do Benfica


"A retumbante afluência eleitoral iluminou um dia glorioso e inesquecível para a história do Benfica, reforçando a sua expressão internacional. Um recorde mundial de votantes alcançado numa jornada feliz, bem organizada e que retrata a grande dinâmica do clube. A votação obtida, largamente recordista, ultrapassa, em muito, o melhor resultado eleitoral, mesmo somado, dos dois rivais nacionais.
Este era o contexto em que equipa do Benfica regressava à Luz com o peso de mais uma derrota na UEFA Champions League, transportando o cansaço físico e o desgaste anímico de quem perde quando precisava de pontuar. À partida, para mais um jogo de campeonato que era imperioso vencer, o cenário não era, assim, o mais propício. Porém, as eleições, consideradas por muitos como um problema em dia de jogo, viriam a funcionar, com o orgulho renovado do clube, como um importante condimento para a vitória. O ambiente de euforia clubística resultante da expressiva vitória eleitoral, por si só, elevava o jogo a uma jornada de consagração, mas que faltava confirmar no campo. Agora, o natural desejo de que no próximo dia 8 se repita mais um dia exemplar e à Benfica.

Goleada feliz
Quanto ao jogo, o Benfica entrou pressionante, empurrando o Arouca para próximo da sua área. A equipa visitante defendia as suas alas com rigor, contrariando a atual referência que Lukebakio representa na ala direita. No lado oposto, as dificuldades que o Benfica tem tido na criação atacante contavam, agora, com o regressado Prestianni, que funcionou como o maior agitador da equipa. O Arouca acabaria por colaborar, com intervenções faltosas na sua própria área, que deram os dois golos iniciais, ainda muitos dos orgulhosos eleitores se sentavam. Prestianni é alguém, disse-o Mourinho, que dificilmente consegue fazer o jogo inteiro. É daqueles jogadores que lembram as crianças. A gestão física não existe. Joga sempre no limite, até não poder mais. Uma rara irreverência que contagiou colegas e adeptos, com contributo direto na vitória conseguida. Pavlidis e Lukebakio, parceiros do ataque, estiveram ativos, mas bem tapados pela tática defensiva arouquense.
Já no meio campo o Benfica teve dificuldades. As equipas dependem muito dos seus médios, quer na defesa, quer no ataque e ainda nas necessárias ligações. Desta vez o talentoso Sudakov não esteve em dia, provocando até, com um passe paralelo perdido, a melhor oportunidade ao adversário. Rios e Enzo também estiveram abaixo do nível exigido. Muitos passes falhados e perdas da posse de bola foram permitindo que o Arouca dividisse o jogo. O esforço a que esta tripla intermediária esteve sujeita no recente confronto europeu também terá determinado o seu menor rendimento. No final, um dia feliz, celebrado com uma goleada com mérito, mas também resultante da fragilidade defensiva visitante.

Falar sem mudar
Os referidos duelos entre equipas nacionais e inglesas só atualizaram aquilo que é uma das nossas maiores limitações competitivas atuais. Nada de novo, portanto. O ritmo e a intensidade, dos quais muito se fala ma em relação aos quais pouco ou nada se muda, são ainda mais essenciais no contexto europeu, onde crescem as dificuldades. Reconhecendo que a função de arbitrar é especialmente difícil e sempre será, não poderemos, ainda assim, fazer algo que melhore a nossa arbitragem e valorize o nosso futebol? Penso ser possível. O perfil do nosso árbitro é de intenso gosto pelo apito, quase paixão, assinalando ligeiros contactos, num desporto de contacto, e parando constantemente o jogo. É só verificar o tempo útil de jogo, o número de faltas e cartões mostrados e compará-los com outros campeonatos. Os números não enganam. Será assim tão complicado mudar? Cristiano Ronaldo, quando saiu de Portugal para Inglaterra, teve que inverter o seu apurado instinto para o mergulho, quando percebeu que ninguém por lá apreciava essa habilidade. Um bom exemplo de alguém que chegou ao topo.

Egolândia
Muitas vezes a capacidade e o talento futebolístico convivem na mesma pessoa com a arrogância, o egoísmo e o descontrole emocional.
Vinícius Júnior, especialista em conflito, é o exemplo de alguém que cabe nesta descrição, desta vez confrontando o seu treinador Xabi Alonso, já consagrado enquanto treinador e lenda enquanto jogador do Real Madrid. O que fazer neste tipo de choques, ainda por cima públicos? Yamal é outro dos casos bem atuais, neste caso, de desvario juvenil e défice educacional a precisar de orientação. Tão bom quanto irresponsável, aceitará algum reparo, do alto da sua fortuna pessoal? Os pais ajudarão? Os golos, a fama e o poder económico não podem validar todas as atitudes. Este foi um fim de semana rico em incidências tristes, que não valorizam os implicados. O que dizer também de Lautaro Martinez e Antonio Conte, jogador e treinador em triste confronto, num dos mais importantes clássicos do futebol italiano? Sabemos que o futebol profissional é um meio competitivo em que o stress é enorme e desgaste também, quer no banco, quer no campo, mas não foi sempre assim? Quando os episódios se passam entre portas,tornam-se bem mais fáceis de gerir. É verdade que as redes sociais vieram também alimentar os conflitos, mas os artistas devem ter a capacidade e a destreza de exigir mais de si mesmos."

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!