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domingo, 15 de junho de 2025

Benfica e FC Porto vão pagar juros pela participação no Mundial


"Águias e Dragões precisam de profundidade nos plantéis para salvaguardar os efeitos de um verão atípico

A presença no Mundial de Clubes, que arranca este fim de semana, pode vir a revelar-se um presente envenenado para Benfica e FC Porto. Claro que a participação nesta nova versão da prova da FIFA, que premeia as boas campanhas europeias dos últimos anos, tem sempre um cariz irrecusável, também pela importância reputacional que configura, mas não deixa de ser uma pedra no calendário. Nesse sentido, este Mundial de Clubes pode estar para Benfica e FC Porto como estiveram algumas experiências europeias para clubes portugueses pouco ou nada habituados a essas andanças.
Não está em causa propriamente a capacidade competitiva - embora os representantes portugueses estejam fora do lote de favoritos -, mas sim os efeitos secundários que o torneio pode gerar, posteriormente.
Com voto de confiança renovado para a nova temporada, o treinador do FC Porto bem precisa de tempo para implementar as suas ideias, mas o timing do Mundial de Clubes não é o mais oportuno para quem precisa de encontrar soluções para melhorar significativamente o plantel, mas terá de o fazer enquanto compete, sem o habitual recato do mês de junho. Gabri Veiga, já disponível para o Mundial, é um reforço promissor, é certo, mas Villas-Boas, Zubizarreta, Jorge Costa e Anselmi têm muito trabalho pela frente.
Mais delicada ainda será a gestão do Benfica, por ter mais em jogo nos primeiros meses da temporada. Falo da Supertaça, claro, mas acima de tudo dos milhões em jogo nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões, sem esquecer as eleições marcadas para outubro. Esta combinação antecipa um verão agitado para os lados da Luz, e exige um ataque muito eficaz ao mercado.
Não será necessária qualquer revolução no plantel às ordens de Bruno Lage, mas Arthur Cabral e Zeki Amdouni já nem entram nas contas para os Estados Unidos, e Di María tem despedida agendada para depois do Mundial (veremos o que acontece com Otamendi).
O Benfica não precisa comprar muito, mas precisa comprar muito bem. Garantir qualidade, mas também salvaguardar equilíbrio e profundidade. Negligenciar isso será particularmente nocivo na temporada 2025/26.
É legítimo valorizar o Mundial de Clubes e até os milhões que a prova pode render, desde que o planeamento tenha em conta os juros que a participação na prova vai implicar, mais tarde ou mais cedo."

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