"Quando Vangelis Pavlidis deixou um defesa contrário a fazer a espargata, fez uma rotunda sobre outro, deixando-o também no solo, passou a bola de pé para pé e ainda tirou mais dois adversários do caminho, antes de cruzar para Akturkoglu fazer o golo do empate... eu acreditei. Eu e os outros 60 e tal mil benfiquistas que estavam na Catedral. E todos os muitos milhões espalhados pelo mundo. Sim, ainda era possível ganhar o jogo e - quem sabe? - receber já o título de campeão nacional na Catedral. Mas não.
Os minutos que se seguiram, esperávamos nós, seriam de ataques intensos e de apoio incondicional das bancadas, só que as manhas do futebol triunfaram sobre o jogo bonito. Houve vontade dos nossos jogadores e incentivo das bancadas (apesar dos condenáveis e absurdos assobios a imitar very-lights, a vergonha de sempre), mas faltou um adversário que soubesse estar à altura dos grandes momentos. Ambas as equipas tinham tudo a perder (e a ganhar), e a terceira equipa trazia a lição da falta de critérios e da permissividade bem estudada. Foi assim desde a 1.ª jornada.
Nesse período pós-obra de arte do grego, foi quando se sentiu mais a queda abrupta de fruta verde no relvado. Bastava um sopro, um encosto ou apenas a proximidade de uma camisola vermelha para que os nossos adversários fossem acometidos de uma vontade intensa de rebolar no magnífico tapete do Estádio da Luz. Valeu tudo, sempre com a complacência de quem deveria zelar pelo jogo. Até ao fim da partida, sucederam-se as entradas da equipa médica da clínica do BES no Campo Grande e jogadores a quem nem era preciso pedir que cumprissem as regras e saíssem do relvado depois de serem assistidos. Pura estratégia, disseram os entendidos. Eu diria que foi miúfa ou velhos hábitos de equipa pequena, mas sou suspeito."
Ricardo Santos, in Benfica

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