Últimas indefectivações

quarta-feira, 9 de abril de 2025

Juízos sem valor


"Certamente por falha minha, não dei conta de qualquer alteração substancial ao protocolo para utilização do VAR ou futebol. Segundo consta, ou constava, no site da FPF, o sistema tem a função de 'corrigir decisões claramente erradas' ou 'situações graves que tenham passado despercebidas'. Sublinho as palavras 'claramente' e 'graves' em cada uma das afirmações.
Ora, não é nada disto que se tem erificado nos estádios.
A qualquer bater de asas de mosquito dentro da área é desde logo assinalada grande penalidade. 'Desde logo' é força de expressão, pois a paragem (primeiro ao auricular, depois do monitor) demora o tempo que for preciso para o VAR descobrir o crime.
Deixamos de poder festejar golos. Quando alguém mete a bola na baliza, logo vemos o árbitro agarrado ao ouvido, e lá temos de esperar, esperar e esperar até ter a certeza de que não conseguiu, à lupa, descobrir qualquer infraçãozinha no início do lance.
O Bibota, Fernando Gomes, disse um dia que o golo era o orgasmo do futebol. Ao que parece, o VAR transformou-o agora numa espécie de coito interrompido, tudo em nome de um regulamentarismo obsessivo, que mata a essência, a beleza e a espontaneidade dos jogos.
No domingo, num Sporting-Valadares da liga feminina, vi ser assinalado um dos penáltis mais absurdos de que me recordo - após um toque da guarda-redes nortenha, dentro da pequena área, nas costas de uma avançada do Sporting que a tentava bloquear num pontapé de canto. Essa decisão impediu o Benfica de ter já festejado a conquista do pentacampeonato. Aliás, à medida que a época avança, temos arbitragens cada vez mais erráticas ou mesmo escandalosas. Não só no futebol. A quem não viu, aconselho os últimos 15 minutos do FC Porto - Juv. Viana em hóquei em patins. Mas, enfim, o hóquei é como o Carnaval: já ninguém leva a mal."

Luís Fialho, in O Benfica

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