"Certamente por falha minha, não dei conta de qualquer alteração substancial ao protocolo para utilização do VAR ou futebol. Segundo consta, ou constava, no site da FPF, o sistema tem a função de 'corrigir decisões claramente erradas' ou 'situações graves que tenham passado despercebidas'. Sublinho as palavras 'claramente' e 'graves' em cada uma das afirmações.
Ora, não é nada disto que se tem erificado nos estádios.
A qualquer bater de asas de mosquito dentro da área é desde logo assinalada grande penalidade. 'Desde logo' é força de expressão, pois a paragem (primeiro ao auricular, depois do monitor) demora o tempo que for preciso para o VAR descobrir o crime.
Deixamos de poder festejar golos. Quando alguém mete a bola na baliza, logo vemos o árbitro agarrado ao ouvido, e lá temos de esperar, esperar e esperar até ter a certeza de que não conseguiu, à lupa, descobrir qualquer infraçãozinha no início do lance.
O Bibota, Fernando Gomes, disse um dia que o golo era o orgasmo do futebol. Ao que parece, o VAR transformou-o agora numa espécie de coito interrompido, tudo em nome de um regulamentarismo obsessivo, que mata a essência, a beleza e a espontaneidade dos jogos.
No domingo, num Sporting-Valadares da liga feminina, vi ser assinalado um dos penáltis mais absurdos de que me recordo - após um toque da guarda-redes nortenha, dentro da pequena área, nas costas de uma avançada do Sporting que a tentava bloquear num pontapé de canto. Essa decisão impediu o Benfica de ter já festejado a conquista do pentacampeonato. Aliás, à medida que a época avança, temos arbitragens cada vez mais erráticas ou mesmo escandalosas. Não só no futebol. A quem não viu, aconselho os últimos 15 minutos do FC Porto - Juv. Viana em hóquei em patins. Mas, enfim, o hóquei é como o Carnaval: já ninguém leva a mal."
Luís Fialho, in O Benfica

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