"Em Montevideu, o Benfica disputou a Taça Intercontinental e foi homenageado por comunidade portuguesa do Uruguai.
A conquista da Taça dos Clubes Campeões Europeus trouxe ao Benfica uma honra e um reconhecimento que jamais haviam sido alcançados por uma equipa portuguesa. Prova dessa inesperada onda de reconhecimento foram as múltiplas reacções e eventos que requeriam a presença do Benfica.
Em setembro de 1961, realizou-se a segunda edição da Taça Intercontinental. O Benfica, o mais recente campeão europeu, defendia não só a sua superioridade enquanto equipa, mas também o seu estatuto de representante do Velho Continente. Os uruguaios do Peñarol foram, pelo segundo ano consecutivo, os representantes das equipas sul-americanas
Em 6 de setembro, o Benfica recebeu o Peñarol no Estádio da Luz. Perante 40 mil pessoas, as duas equipas exibiram-se num 'espectáculo simplesmente extraordinário', de tal modo, que foi apenas aos 60 minutos que se registou o primeiro, e único, golo da partida. Mário Coluna, 'de posse de bola, caminhou com ela, (...) foi driblando um, dois, três homens até determinada altura em que, já dentro da área, aplicou, com o pé esquerdo, um tremendo remate que fez entrar a bola (...) junto ao poste'. Foi com este golo solitário do Monstro Sagrado que o Benfica terminou a 1.ª mão da competição, esperando que o empate fosse suficiente para trazer mais um ambicionado troféu para o Regedor.
Mas o encontro no Uruguai, em 17 de setembro, não correu da melhor maneira à equipa portuguesa, que acabou por sofrer uma pesada derrota, por 5-0, obrigando à realização de uma finalíssima, dois dias depois. Perante mais de 65 mil pessoas, o jogo foi muito mais equilibrado, mantendo-se empatado a uma bola até três minutos antes do intervalo, quando foi assinalada uma grande penalidade a favor dos uruguaios. A conversão do penálti fechou o resultado do prélio, em 2-1, consagrando o Peñarol como vencedor da Taça Intercontinental.
Enquanto o Benfica esteve em Montevideu, 'choveram os convites, os planos, os programas, mas Guttmann, muito logicamente, todos vetou, com uma única excepção que se impunha: a recepção oferecida pela colónia portuguesa'. A receção, realizada no Automóvel Clube do Uruguai, em 17 de setembro, contou com a presença de toda a comitiva benfiquista e dos directores do Peñarol, que se juntaram a uma 'magnífica e exaltada consagração de Portugal e do Benfica'. A apoteose deste evento foi a entrega ao Benfica, pela colónia portuguesa, de uma 'artística e ricamente trabalhada taça', que recordará para sempre este momento.
Recorde outras peças oferecidas ao Benfica nas suas viagens na área 26 - Benfica Universal, do Museu Benfica - Cosme Damião."
Marisa Manana, in O Benfica
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