"Eis-nos chegados ao primeiro momento da verdade. Não há mais testes, não há mais margem para errar. A partir de agora é a doer, e o primeiro jogo significa desde logo a conquista, ou a perda, do primeiro troféu oficial da temporada.
Não só pela Supertaça em si, mas também - ou sobretudo - por ser contra quem é, este é um compromisso de grande relevância, que pode marcar o início de época, e até, o desenrolar da mesma.
Temos pela frente o nosso maior rival. Com quem já disputámos doze Supertaças e vencemos apenas uma. A quem não ganhamos um jogo de Supertaça há trinta anos.
Algumas das piores arbitragens de que me lembro em Portugal foram em partidas desta competição. Fomos bastante penalizados, demasiadas vezes. Mas é uma perigosa ilusão julgar ter sido esse o único motivo para tão negro registo.
É verdade que durante muitos anos eles levaram a prova mais a sério do que nós. Mas também é verdade que ainda hoje entram em campo neste tipo de clássicos com faca nos dentes e sangue nos olhos, enquanto nós entramos 'apenas' para ganhar um jogo.
É bonito afirmar que não jogamos contra ninguém: só 'pelo Benfica'. Temo, porém, que essa diferença de mentalidade seja uma das razões para os números acima evocados.
Jogar, não só por nós, mas também 'contra' eles, pelo gosto de os ver perder, não significa incrementar qualquer tipo de conflitualidade fora do campo, e muito menos adoptar o estilo de comunicação troglodita dos nossos rivais do Norte. Antes - até por isso, até contra isso - um estado mental (sobretudo ao nível do balneário) que pode e deve alimentar os nossos atletas sempre que entram em campo neste tipo de jogos.
Ao fim e ao cabo, trata-se apenas de transportar para o relvado aquele que é o sentimento generalizado dos benfiquistas. Nada mais nem nada menos do que isso."
Luís Fialho, in O Benfica
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