"Está tudo a pensar no mesmo. Há quatro anos! Longos, frustrantes, pesados. Amanhã, o Benfica pode voltar a tocar numa taça onde já tocou por 37 vezes, e nunca deixará de ser especial. A prova disso é que 65 mil pessoas estão desejosas de testemunhar esse momento ao vivo. E só não serão mais, porque em 2003, infelizmente, não houve o cuidado de construir um estádio com maior capacidade. Pelo menos 6 milhões de cadeiras eram bem precisas.
Os bilhetes para o jogo do título de amanhã tiveram até mais procura do que a Maddie. A expetativa é gigante, a ilusão é muita. Sejamos honestos: já ninguém acredita num cenário onde o campeonato não termine com o Otamendi a mostrar ao António Silva como é que ele deverá levantar as taças na próxima década - espero que o Luisão também vá ao centro do relvado mostrar como se faz. Por esta altura, eu já não me questiono quem irá fazer dupla com o João Neves no meio-campo. A minha dúvida é quem fará dupla com o João Neves a beber shots de tequilha até ao Marquês.
O campeonato não está garantido, bem sei, no entanto, é impossível travar este entusiasmo. Por isso mesmo, é essencial que no meio desta euforia haja alguém, leia-se, Roger Schmidt, com a nacionalidade necessárias para garantir que a equipa sabe que, mesmo que o país inteiro esteja convencido do contrário, o 38 ainda depende dos próximos 90 minutos. Quando o árbitro apitar para o final, aí, sim, gostaria de ver o míster a virar uma garrafa de champanhe da mesma forma que virámos aquele jogo com o Vizela na primeira volta.
Queremos todos festejar. Estamos ansiosos. Há quatro anos! Longos, frustrantes, pesados. Está tudo a pensar no mesmo."
Pedro Soares, in O Benfica
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