"A diretora executiva da Liga, Helena Pires, concedeu uma entrevista ao jornal A Bola sobre o modelo competitivo do futebol profissional português a adotar a partir de 2024, ano em que as competições de clubes da UEFA requerem mais quatro datas.
Das várias hipóteses em estudo, parece prevalecer aquela que nada altera no Campeonato Nacional, limitando a Taça da Liga a uma final four. Concordo com essa opção, embora a redução de 18 para 16 clubes, que não desejo, não me chocasse.
Os restantes modelos, procurando-se uma acumulação de jogos entre os clubes mais fortes (em qualidade e popularidade), se numa primeira instância parecem vantajosos, contêm riscos que importa aferir, desde logo o muito provável desinteresse pela fase não decisiva, mas também a menor relevância das partidas entre os principais clubes. E não seria, por certo, benéfico para o desenvolvimento do futebol no seu todo, nem para os clubes que alcancem fases adiantadas das provas europeias.
Esta discussão tem, como pano de fundo, a centralização dos direitos televisivos e, na base, a escassez de adeptos. Aliás, este último aspeto deveria ser a preocupação central no futebol português, afinal não se deve construir uma casa pelo telhado.
Nas 189 partidas do Campeonato já realizadas, 130 não incluíram Benfica, Porto ou Sporting (69%). Apenas 26,5% do total dos espetadores estiveram presentes nos estádios em jogos que não envolveram os três grandes. Dito de outra forma: mais de dois terços das partidas captaram pouco acima de um quarto dos adeptos (talvez seja mais díspar na audiências televisivas).
A resolução deste constrangimento não pode passar por cruzar os braços (eliminar jogos sem interesse). Pelo contrário, a Liga tem de perceber as causas deste fenómeno e procurar, senão resolvê-lo, pelo menos mitigá-lo. Por exemplo, más condições de acesso e permanência nos estádios, bancadas fechadas ou limitações à indumentária dos adeptos não ajudam. E tem de envolver o governo (IVA dos bilhetes, entre outros)."
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