"Era considerada uma final histórica da Taça Libertadores, entre dois grandes rivais argentinos: River Plate e Boca Juniors. Há muitos dias que na Argentina e em toda a América do Sul não se falava de outra coisa e talvez para tentar demonstrar que a Europa não era continente exclusivo de grandes competições de futebol, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, deixou o seu confortável escritório de Zurique e viajou para Buenos Aires.
Incapazes de garantir a segurança, reféns de organizações extremistas de adeptos, inaptas e desorganizadas, as forças policiais argentinas consentiram que se instalasse o caos na chegada do autocarro do Boca Juniors. A agressão foi violenta e brutal, causando lesões aos jogadores e criando um ambiente psicológico de terror que tornava desde logo impossível a realização do jogo.
Mesmo assim, segundo emotivo relato de Carlos Tevez, o presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, e o presidente da FIFA, Gianni Infantino pressionaram os jogadores do Boca Juniors a entrarem e jogarem a final.
O início do jogo seria, no entanto, adiado por algumas horas e, mais tarde, perante a óbvia impossibilidade de ser realizada, a final acabaria por ser adiada para hoje (17h locais).
A final deste ano da Libertadores garantiria, assim, como o prometido, um lugar na história. Não pelas razões que se esperariam, mas pelo lado mais negro do futebol que em alguns lugares do mundo se está a tornar refém de grupos organizados de violência. Podemos sempre dizer que a culpa é da sociedade e não do futebol. Infelizmente, enquanto houver personagens como Infantino isso não será verdade."
Vítor Serpa, in A Bola
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