"Entrada do mexicano foi determinante; Benfica com exibição cerebral podia ter feito mais golos
Intensidade do Benfica
1. O Benfica voltou ao esquema habitual com o regresso de Pizzi, com Rui Vitória a não abdicar do 4x3x3. Sabia-se que ia ser um jogo difícil para as águias, que iam encontrar um Feirense em situação delicada na tabela. Talvez por isso o Benfica tenha entrado muito forte, com uma intensidade brutal, dominando os primeiros 25 minutos, circulando a bola e quase sempre no meio campo do adversário, e pelos três corredores, mais, talvez, pelo esquerdo com Grimaldo, Cervi e Zivkovic e serem determinantes com os envolvimentos que fazem. Rafa, no corredor direito, criou boas iniciativas mas depois não conseguiu decidir, pese embora ter feito o golo que matou o jogo. O Benfica fez muitos cruzamentos para a área mas a maior parte não os aproveitou, faltou-lhes alguma presença. Ainda assim, só aos 30 e poucos minutos, quando Rafa se isola, é que tem a primeira grande oportunidade... O Rafa tem esta má relação com a baliza, o que é uma pena, parece que há ali uma pressão que muitas vezes não consegue ultrapassar, e - volto a referir - apesar do golo que apontou.
Morte do artista
2. O Feirense só por volta dos 25 minutos consegue chegar pela primeira vez perto da baliza do Benfica, o que demonstra bem como o Benfica foi dono e senhor do jogo e se o Feirense não conseguiu fazer mais foi por mérito do Benfica. Depois aconteceu a expulsão e contra dez viu-se um Benfica mais cerebral... Rui Vitória conseguiu imprimir na equipa esse factor muito importante de os jogadores não se perturbarem mesmo quando as coisas não correm muito bem e os golos demoram a aparecer, mas ninguém entra em desespero. E lá esta: não marcou o Jonas, mas chegou o Jiménez e resolveu. A perder, o Feirense tentou esticar o jogo... e foi a morte do artista, porque o Rafa, com espaço e muito veloz, foi determinante, fez o segundo e a partir daí o Benfica podia mesmo ter goleado.
4x4x2 de novo determinante
3. O Benfica desbloqueou o jogo já no 4xx2, repetindo algo que já acontecera nos dois últimos jogos. Rui Vitória não quer desmontar o sistema preferido dele, que é o 4x3x3, mas é uma evidência: em jogos desta natureza o 4x4x2 acaba por ser mais determinante. Isto é uma riqueza para um treinador, quando o 4x3x3 não desbloqueia há o alternativo que era o plano A nas últimas épocas e que continua a funcionar. Só que Rui Vitória prefere não mexer porque para colocar dois avançados de início tem de mexer no meio campo e neste momento tem Zivkovic a jogar muito bem e a afirmar-se e isso obriga a manter o 4x3x3.
Resumindo: o melhor deste jogo foi a exibição constante do Benfica durante os 90 minutos, a subir de qualidade e com um Jiménez a entrar de forma determinante. O pior: esperava mais do Feirense, mas houve muito mérito do Benfica pela forma como não deixou o adversário jogar. O Feirense teve duas expulsões mas não foi equipa agressiva: até fez uma falta a menos que o Benfica. Faltou-lhe capacidade nos duelos individuais."
Vítor Manuel, in A Bola
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