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sábado, 24 de fevereiro de 2018

Sensibilidade e bom senso

"Rui Vitória, um treinador sensato por hábito e formação, pediu ontem rigor o bom senso aos árbitros. Fê-lo, como frisou, sem querer acusar ninguém, embora tenha ficado para todos claro que se referia, em concreto, às desastrosas arbitragens de João Capela no Tondela - Sporting e de Vasco Santos no Estoril - FC Porto - neste último caso com mais responsabilidade do VAR do que do árbitro. É um facto que esses dois jogos tiveram, por motivos diferentes, momentos inenarráveis, arrasadores para a credibilidade de uma classe para quem os portugueses sempre olharam (e, se as coisas se mantiverem assim, continuarão a olhar) com profunda desconfiança.
Convém, ainda assim, lembrar que casos como os deste fim de semana não são tão raros como deviam. Ou seja, não é a primeira vez que um árbitro prolonga para lá do razoável o tempo de compensação ou que o VAR valida um golo tão incompreensíveis como os do Tondela ou da Amoreira, têm-se sucedido. Por uma razão simples: não é bom senso que o arbitragem precisa (os árbitros até têm dado sinais de ser os mais sensatos em toda esta loucura), mas sim de competência. Porque não há tecnologia, por mais válida que seja,capaz de sobreviver à incompetência. Claro que para se ser bom árbitro é preciso outros atributos, entre os quais o tal bom senso, a sensibilidade e, até, a coragem. Mas sem competência nenhum dos outros serve de muito.
E, claro, os bons árbitros (porque aos mais não há nada que lhes valha) precisam também de tranquilidade. E porque como quase tudo é uma pescadinha de rabo na boca, isso só lhes será dado se os clubes tiverem, também eles, bom senso. Que, como todos sabemos, caiu em desuso em quase todas as áreas da nossa sociedade, futebol incluído."

Ricardo Quaresma, in A Bola

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