"Para Bruno de Carvalho, Pinto da Costa representa a figura do mestre mas o Porto não é Lisboa e a cópia, de má qualidade, está cheia de erros.
Percebe-se, sem grande esforço de análise, que Pinto da Costa representa para Bruno de Carvalho a figura do mestre. Salvaguardando as devidas diferentes de personalidade, o presidente do Sporting vâ no homem que fez, com Pedroto, a grande revolução do norte, com o sucesso de uma evidente transferência de poder, e até de regime, de Lisboa para o Porto, o modelo a seguir.
No essencial, Bruno de Carvalho tem por objectivo o sucesso de uma nova revolução: desta vez, quer, ele próprio, garantir o poder absoluto do futebol português, transferindo-o para o outro lado da Segunda Circular, mesmo que para isso, esse poder tenha de regressar transitoriamente à Invicta.
Há, porém, alguns problemas que parecem de difícil ou mesmo impossível solução, os quais Bruno de Carvalho não é capaz de contornar. O primeiro é que, obviamente, o Porto não é Lisboa. Não se trata, evidentemente, de um juízo de valor, mas de uma constatação da realidade histórica das duas cidades e da manifesta diferença de idiossincrasia dos seus povos; o segundo, é que não tendo suficiente capacidade intelectual para inovar e criar um modelo próprio fazendo ajustar o esgotado modelo do pintismo ao novo tempo e à nova realidade, apenas se limita a fazer uma cópia cheia de erros e de manifesta má qualidade; enfim, o terceiro e definitivo problema é que Bruno de Carvalho parte do princípio errado de que é possível aplicar internamente uma declaração de 'estado de sítio', proibindo os direitos e garantias de um universo leonino que há mais de cem anos soube tornar-se mais livre e o mais diverso universos dos clubes de futebol nacional.
O objectivo primeiro e essencial de Bruno de Carvalho até pode ser legítimo, desde que visto num quadro de cultura de poder fundamentalista em que sempre têm vivido os sucessivos imperadores do nosso império do futebol.
Porém, o projecto para o tornar exequível é primário e condenado ao fracasso, a curto ou a médio prazo. E essa é a razão maior para qual os sportingusitas devem estar assustados. No momento em que o seu futebol perder (e pode acontecer já esta época) é legítimo temer pelo futuro e pelo desabamento da resistência psicológica do povo leonino, sobretudo, se tiver que se confrontar com um novo regresso a um ponto zero.
Se Bruno de Carvalho tivesse aprendido o essencial com Pinto da Costa e não apenas a espuma do seu modelo revolucionário, teria verificado que o líder portista nunca caiu no erro de declarar guerra ao mundo e de ficar orgulhosamente só. Bruno percebeu essa ideia no que respeita aos clubes e, daí, a tácita aliança que estabeleceu com o FC Porto contra o inimigo comum, o Benfica, mas não entendeu que Pinto da Costa sempre manobrou com agilidade e inteligência em todos os outros sectores da sociedade portuguesa, incluindo-se, aqui, a estratégia de alianças e de criação de cíclicos inimigos criteriosamente escolhidos na área dos media.
Outro erro grosseiro de Bruno de Carvalho foi o de não entender que Pinto da Costa sempre criou condições para unir os portistas em redor de inimigos e de objectivos comuns. Porque Pinto da Costa, mesmo no tempo em que precisou de recorrer a estratégias agressivas, que foram consentidas e toleradas por um universo político e judicial amedrontado com o fantasma do imenso poder do futebol, nunca dividiu internamente o seu clube e levou os seus críticos a admitir que tudo o que fazia, mesmo o que ia além do moral e eticamente admissível, o fazia em prol dos interesses do FC Porto e não dos seus interesses individuais, coisa que Bruno de Carvalho não parece ser capaz de distinguir.
(...)"
Vítor Serpa, in A Bola
PS: Entre outras coisas, onde é que o Serpa foi buscar a ideia que o universo leonino, hà mais de cem anos, é o universo mais livre e mais diverso?!!!
Um adepto do Belenenses, com realidades alternativas Lagartas é perigoso!!!
...este CRETINO papador de CROQUETES,é tão Belenenses como o ROLHA presidente da liga é(era)BENFIQUISTA...(Afonso
ResponderEliminar"à mais de cem anos" --> HÁ mais de cem anos :)
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