"O primeiro golo do Man. United mostrou num 'flash' a cruel realidade da diferença de valores.
Benfica entra a controlar
1. Grande entrada do Benfica no Teatro dos Sonhos. Com forte intensidade nas suas acções a equipa de Rui Vitória surgiu personalizada e segura, criando expectativas fundadas e colocando pressão nos ingleses. A entrada surpresa de Samaris (lesão de Filipe Augusto) a fazer o triângulo de meio-campo com Pizzi e Fejsa conferia solidez às movimentações defensivas e permitia que Diogo Gonçalves, Salvio e Jiménez se projectassem ofensivamente e incomodassem repetidamente a baliza do gigante De Gea. A utilização de um meio-campo mais robusto e com Jiménez como pivot ofensivo dava tempo ao ataque encarnado, estancava o jogo do Man. United no corredor central e o acerto do quarteto defensivo no controlo da profundidade permitia à equipa disputar o encontro com valentia e longe da baliza de Svilar. O Benfica controlava e dominava, criando a sensação de que uma mais criteriosa finalização provocaria calafrios aos red devils. Mesmo um penalty contra mal assinalado não retirou lucidez à organização portuguesa, que ligava o seu jogo com facilidade perante a passividade dos anfitriões que com um onze sem alguns titulares revelava alguma falta de rotinas e baixos níveis de motivação. A pouca sincronização somada à baixa intensidade do United dava mais bola ao Benfica, que ia desenhando vistosas jogadas e plantava o desassossego. Uma grande defesa de De Gea iluminava o Benfica mas a pólvora seca dos atacantes encarnados fazia adivinhar que uma aceleração de Martial ou Lukaku ou um despertar (mesmo que tardio) dos ingleses podia trazer problemas a uma organizada e concentrada, mas pouco pungente equipa lusa.
Mudança ao intervalo
2. O autogolo de Svilar (após remate de Matic) era castigo severo para o Benfica e mostrava num flash a cruel realidade da diferença de valor individual e colectivo entre os dois conjuntos. Após o intervalo, o jogo mudou um pouco de cariz, com a equipa de Mourinho a ter outra abordagem, colocando outra intensidade e concentração competitiva, não permitindo ao Benfica aventurar-se tanto no ataque. A maior valia dos jogadores do Man. United ia ditando leis e uma circulação de bola mais rápida e segura não deixava que a posse de bola fosse monopólio benfiquista, como até então ocorrera. A mecânica colectiva da equipa de Manchester parecia já decorada e oleada e tal ia subtraindo possibilidades à aguerrida formação de Rui Vitória. As entradas de Mkhitaryan e de Herrera trouxeram maior equilíbrio ao centro do terreno da equipa de Mourinho e consequentemente fez com que o jogo se tornasse menos equilibrado, dificultando as possibilidades encarnadas de disputar o jogo.
Tendência com jogo definido
3. As entradas de Seferovic e Jonas denotaram esta tendência final de Rui Vitória mas o jogo já estava definido e os melhores acabaram por ganhar apesar da boa réplica encarnada. Um jogo interessante de se seguir com um Benfica adulto e desempoeirado a tentar contrariar a superior qualidade futebolística dos ingleses mas a desfraldar em alguns momentos fatais as suas conhecidas fragilidades."
Daúto Faquirá, in A Bola
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