"Lembrar o 'enorme' José Neves de Sousa através de uma imagem que costumava usar e nos remetia para Swift, Gulliver e Lilliput.
As vitórias fáceis de Benfica, Sporting e FC Porto na terceira jornada da Liga tiveram o condão de acentuar bastante a ideia de que o fosso, em Portugal, entre os grandes e os outros, está cada vez mais fundo e mais largo.
Há alguns anos ainda pairou a hipótese de uma aproximação de clubes como o SC Braga e o V. Guimarães aos tradicionais candidatos ao título, mas essa possibilidade tem vindo a esfumar-se. Houve uma janela de oportunidade, em 2014, quando, a páginas tantas, houve uma (nesga) aberta, mas logo se fechou a sete chaves. Falo da possibilidade gorada de um entendimento que visasse encontrar uma fórmula de centralização dos direitos televisivos, a única chance real de serem colocados meios aceitáveis à disposição dos mais modestos, criando assim condições para um maior equilíbrio. Porém essa revolução nunca passou das intenções e cedo se percebeu que continuaria a ser cada um por si, mantendo-se o regime de castas que permite que uns disponham de orçamentos vinte e cinco vezes maiores que os outros. E é pena. Os espectáculos seriam melhores, a intensidade das competições aumentaria e os treinadores teriam de preocupar-se, quando defrontam os grandes, não só com os trinta metros mais perto da sua baliza, mas também com o caminho até ao guarda-redes contrário.
É fácil criticar treinadores que, na prática, quando vão à Luz, a Alvalade ou ao Dragão, apostam no autocarro. Mas que alternativa lhes resta? Chegam lá e em nome do interesse do espectáculo jogam olhos nos olhos? Disparate! Olhem o que seria de Portugal se o Mestre de Avis tivesse jogado de igual para igual com os castelhanos em Aljubarrota! A táctica do quadrado - o autocarro do século XIV- salvou-nos a independência nacional. Bom, dito tudo isto vamos esperar por um campeonato jogado, sem surpresa, a três velocidades: no Moto 3 dez ou onze equipas, que não visa nada mais que a manutenção; no Mot 2, quatro ou cinco, que entram a cheirar a Europa; e no Moto GP os inevitáveis três grandes, confortáveis neste microcosmos lusitano em que são senhores, emprestando jogadores a eito aos restantes, que assumem papéis de vassalos. Mas, infelizmente, não vêem que não passam, na expressão do saudoso Neves de Sousa, de gigantes em Lilliput.
ÁS
Jonas
Três golos ao Belenenses (e o outro, de meio-campo, que não quis entrar...) e uma exibição muito consistente, revelam um Jonas ao melhor nível, longe dos solavancos e das lesões da época passada. Não será exagero, por certo, dizer que Jonas está a somar créditos para ter lugar no olímpo dos avançados da história do Benfica
(...)
O disco mais ouvido no mercado de verão
«Estou a reflectir se devo sair ou não. O clube e os adeptos são incríveis, mas se quero crescer tenho que sair...»
Pierre-Emerick Aubameyang, jogador do Borussia Dortmund
Este mercado de verão fica marcado por um número significativo de jogadores que, apesar de terem vínculos contratuais activos, forçam a barra para poderem mudar de ares. Além de Aubameyang nomes como Diego Costa, Dembelé, Coutinho ou Alexis Sanches têm andado nas bocas do mundo. Não resolverá tudo, mas oxalá o mercado em 2018 encerre a 31 de Julho...
Barcelona
Ontem, em Camp Nou, no jogo com o Bétis, as camisolas dos 'culés' não ostentaram os nomes dos jogadores. Apenas uma palavra, Barcelona, servia de mensagem contra a barbárie, uma fórmula simples mas eficaz que o futebol encontrou para marcar posição. E mais uma vez se viu como, perante causas civilizacionais, as pequenas querelas da rivalidade ficaram para trás, juntando-se todos os emblemas no propósito comum de combater o terrorismo. Momento de dor, mas também de união, propício a uma reflexão sem fronteiras sobre prioridades.
All Blacks de luto, morreu um gigante
Sir Colin Meads jogou pelos All Blacks entre 1954 e 1971 e foi eleito melhor jogador neozelandês de râguebi do século XX. Faleceu no último sábado, aos 81 anos, e foi manchete em todos os jornais. No site dos All Blacks escreveram assim: «Colin Meads está para nós como Babe Ruth para os americanos»."
José Manuel Delgado, in A Bola
PS: Esta sucessão de colunas de opinião, sobre este tema das assimetrias orçamentais no Tugão, tem uma única razão: o Benfica ser Tetracampeão!!!
As diferenças orçamentais no Tugão sempre existiram, sempre... Hoje, todos são profissionais, as condições de treino são boas em praticamente todas as equipas...! Cabazadas sempre existiram e vão continuar a existir... em Portugal, e em todas as outras Ligas europeias... Inclusive na Premier League, onde apesar da centralização dos Direitos Televisivos, os 'grandes' são sempre os mesmos...!!! Já para não falar de outras Ligas com 'fossos' ainda maiores, como em Espanha, em França, na Alemanha ou em Itália... Todas, repito todas, com grandes assimetrias orçamentais...
O facto de na 3.ª jornada do Tugão, os 3 grandes não terem perdido pontos, deve-se essencialmente ao sorteio 'cozinhado' que beneficiou Lagartos e Corruptos: que nestas primeiras quatro jornadas, tiveram 3 brindes descarados... sendo que os Lagartos com os Vitós beneficiaram de uma razia de castigos, lesões e indefinições de plantel; e os Corruptos, no próximo fim-de-semana em Braga vão defrontar um adversário que 72 horas antes terá jogo decisivo de qualificação para a Liga Europa!
Se o Machadês e outros estão preocupados com a competitividade do Tugão, se calhar o principal problema é a competência de alguns treinadores e alguns dirigentes: será que o Tondela que vendeu cara a derrota com os Corruptos tem um orçamento grande?!! Será que o Setúbal, que só perdeu no Alvalixo com muita 'paixão', tem um orçamento parecido com os Lagartos?!! Será que o Chaves, que esteve a segundos de empatar com o Benfica, tem um orçamento igual ao do Benfica?!!!
A centralização dos Direitos Televisivos em Portugal, é uma falsa questão. Portugal não tem dimensão para ter uma Liga competitiva, ponto final. O Benfica, através do seu Presidente já demonstrou abertura para discutir o assunto... Mas alguém acredita que os nossos 'inimigos' (são mesmo inimigos) vão aceitar o facto, provado, que o Benfica vale mais de metade do mercado do Futebol em Portugal?!!!
Isto quando, os Benfiquistas, são impedidos de entrar nos Estádios, com adereços do Benfica, depois de terem comprado bilhetes de forma legítima, que estavam disponíveis para o público em geral?!!!
A solução, a verdadeira solução, em Portugal e nas restantes Ligas, é a 'falada' Liga Europeia, ao estilo americano!!! Mas isso não interessa a alguns...
Já o disse várias vezes, o Benfica, tal como o Ajax, o Olympiakos, os grandes Turcos, entre outros, deveriam estar a fazer lobby activo para a criação desta Super-Liga... só assim, seria possível 'equilibrar' algumas coisas, criando regras claras para a competição (salários e transferências)... e onde os Clubes em competição, teriam todos uma 'base' de adeptos grande (similares entre si), com um potencial de receitas elevadíssimo...
os pequenos em portugal fiam-se muito nas receitas televisivas, mas o que fazem eles afinal para arranjar receitas?
ResponderEliminarbasta ir a um site de um clube de 1ª liga e vemos que nem um equipamento podemos comprar, as fotos da equipa são da época anterior, as noticias são escassas ou nenhumas.
Depois para atrais publico ao estádio nada fazem, campanhas de sócios, cativos mais acessíveis, cativos família, mais informação em redes sociais, canais youtube, etc, quem não se mostra não é visto, logo é impossivel ter mais receitas publicitárias.
Claro que existe um fosso, sempre houve e sempre haverá, porque trabalham muito mal e a liga também não ajuda, a única coisa boa este ano é os jogos serem todos tele-visionados, todos, mas em canais pagos, os canais de TV dão míseros resumos de jogos passando horas a falar dos 3 grandes, o próprio programa sobre a liga na sport tv + é medíocre,
o futebol de domingo à noite (a horas decentes) tem de voltar a um dos canais principais, mas com tempo de antena igual para todos e com resumos alargados para todos, mas nem nisso as tv's ajudam! Logo têm de ser os clubes a fazê-lo cada vez mais para não serem apenas uma nota de rodapé na história do futebol!
Pinheirinho, pelo contrário. Os grandes mesmo sem nada fazerem ou, às vezes, fazendo tudo ao contrário, têm GRATUITAMENTE, publicidade diária nos órgãos da CS públicos. Com tanta intoxicação, o que resta?
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