"A chicotada psicológica é um clássico do futebol. Na América do Sul, é mesmo uma rotina. Por cá, este ano tem sido um fartote: já vamos em 17 mudanças na 1.ª Liga.
Ao invés, onde mais rara é esta figura de resgate salvífico face a maus resultados, é na mátria do futebol: a Inglaterra. Verdade seja dita que já foi menos usada, quando os clubes não eram pertença, como agora, de riscos-cometa em modo árabe, russo, asiático ou chinês.
Dois casos merecem mais a atenção. Um foi o despedimento de Claudio Ranieri de técnico do Leicester, que alcançou um de todo impensável titulo de campeão inglês perante os tubarões de Manchester, Liverpool e Londres. Este ano sucedeu o esperado: o clube voltou à normalidade e luta pela permanência. Mas Ranieri foi amargamente despedido e substituído por um curioso Shakespeare. Logo a seguir ao promissor 1-2 em Sevilha para a Champions que, como se viu, foi essencial para esse novo feito das raposas: chegar ao grupo dos melhores 8 da Europa!
O outro caso é o oposto deste. Refiro-me à permanência há 21 (!) anos de Arsène Wenger como líder do Arsenal. Uma eternidade que, diferentemente de Ferguson no Man. United, não se explica pela quantidade de títulos (teve-os, mas escassos). Ainda agora com o Bayern perde os dois jogos por vergonhosos 2-10. Fala-se que continua a haver hipóteses de renovação do contrato que ora termina. Não sei se me hei-de espantar mais com a credulidade dos dirigentes arsenalistas se com a infinita paciência e placitude dos seus adeptos.
Como, através de opostos, Ranieri e Wenger se fundem!"
Bagão Félix, in A Bola
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