"Portugal está a noventa minutos de escrever uma história perfeita, com vilões, heróis e uma reviravolta inesperada no fim
Como quaisquer vizinhos que se prezem, os ingleses conhecem os franceses de trás para a frente e, sempre que não estão ocupados a invadi-los ou a ajudá-los a expulsar os alemães, costumam brincar com eles dizendo que a única forma de matar um francês é disparar cinco centímetros acima da cabeça e acertar-lhe em cheio no complexo de superioridade. Quis começar por aqui porque achei que seria reconfortante confirmarmos as suspeitas de que não somos os únicos a achar que eles têm a mania. Ora, é impossível ignorar que há qualquer coisa de literário, no sentido épico da palavra, nesta oportunidade que Portugal conquistou para si próprio de fazer os franceses engolir todos os narizes torcidos e todos os olhos revirados e todos os "dégueulasses" que passaram o último mês a despejar nas críticas sobre o futebol praticado pela Selecção. De tal maneira que o único final feliz para uma história tão bem escrita era Ronaldo pegar nessas críticas todas e usá-las como trampolim para chegar outra vez ao terceiro andar, como aconteceu no golo que marcou ao País de Gales, e ali, mais ou menos cinco centímetros acima da cabeça dos franceses, acertar-lhes em cheio onde lhes dói mais."
Jorge Maia, in O Jogo
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