"O derby apresenta-se sempre de fato novo, deslumbrante e com vontade de provocar. O desta noite, na versão Sporting-Benfica, vai realizar-se pela 99.ª vez no somatório de todas as provas: duas para Supertaça, uma para a Taça da Liga, 14 para a Taça de Portugal e 81 para o Campeonato, a competição que verdadeiramente interessa no momento. Conta-nos o passado que é sábia a razão de quantos recomendam prudência na projecção destes jogos, sugerindo-se mil cuidados na escolha de um favorito, porque, regra geral, não existe, como o provam as 32 vitórias do leão em oposição às 30 da águia, entremeadas por 19 empates, o que perfaz os tais 81 jogos realizados para o Campeonato em que o Sporting foi visitado e o Benfica visitante.
Os números são esclarecedores: reflectem nivelamento de forças e sugerem a dispensa dos adivinhadores de resultados, regra geral fastidiosos e de estéril conteúdo. Motivo por que, se calhar, quanto se disse e escreveu durante a semana pouco deve ter diferido, no essencial, do que foi escrito e dito acerca do primeiro Sporting-Benfica, já lá vão mais de 80 anos. O que mudou, com certeza, foi a forma como eventos futebolísticos desta dimensão são abordados pelo adepto comum e tratados pelos meios de comunicação. No resto, a mesma rivalidade, que é eterna. Não se explica. Sente-se. O indecifrável enigma que torna o derby de Lisboa, e de Portugal, diferente.
Liberdade, pois, aos intervenientes no espectáculo (jogadores, treinadores e árbitros, porque os dirigentes contam pouco ou nada) para entusiasmarem um estádio repleto de público que se deseja arrebatado pela beleza da festa. Dentro e fora das quatro linhas, sem excepção, como sublinhou o secretário de Estado do Desporto, João Wengorovius Meneses, que hoje será presença especial em Alvalade. «O fair play não é uma opção, é um dever de todos para com todos», disse, e bem!"
Fernando Guerra, in A Bola
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