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quarta-feira, 16 de março de 2016

Benfica à grande

"E, de repente, o Benfica recebe todos os elogios do Mundo. Rui Vitória, afinal, é um grande treinador, o Benfica que joga à pequena consegue ganhar à grande, e, ainda mais surpreendente, tudo encaixa na perfeição. Bastou a vitória em Alvalade, com a sorte de quem é bicampeão nacional, e sobretudo bastou ultrapassar o Zenit, que está longe de ser um colosso europeu. Neste momento, tudo está a correr muito bem, muito melhor do que se podia esperar em face do que se viu no início da época, contribuindo tal situação para uma dinâmica empolgante que deixa os seus dois adversários directos - Sporting e FC Porto - em estado de alerta máximo.
Esta passagem do Benfica do oito-para-o-oitenta fica muito a dever-se à sua capacidade de afirmação, tendo resistido a ventos e marés, mesmo quando a crítica era severa, e por pressão exercida por Jorge Jesus, que, muitas das vezes, conseguiu condicionar e até mesmo achincalhar o trabalho de Rui Vitória. O que é certo é que o Benfica conseguiu libertar-se desse fantasma por mérito próprio, resistindo inclusive a uma derrota dura imposta por um FC Porto que era tido como acessível, e embalou até à liderança isolada, conseguindo virar o feitiço contra o feiticeiro. Afinal, é Jorge Jesus quem está agora debaixo de mais tensão. 
Esta afirmação repentina do Benfica levanta questões das quais pode depender o sucesso da época: o actual bicampeão nacional ainda nada ganhou, como Rui Vitória tantas vezes tem repetido, a vantagem é curta e não sustenta ondas de euforia, da mesma forma que os quartos-de-final da Liga dos Campeões são um pau de dois bicos, quer dizer, tanto pode abrir a porta da glória como pode muito bem desfazer os sonhos num ápice. O equilíbrio que o Benfica terá obrigatoriamente de encontrar daqui para a frente será o fiel da balança de uma equipa que está habituada a ganhar mas que, mesmo assim, não parece ter perdido a sede de conquista que faz a diferença nos momentos mais difíceis. Resta saber se Rui Vitória, o único no topo da estrutura que não tem currículo de sucesso a este nível tão alto, se mantém firme nas últimas e decisivas curvas da época."

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