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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Prioridade: estádios cheios

"A renovação do Estádio dos Barreiros, no Funchal, foi uma das boas notícias da época. Mesmo que apenas via TV, tem sido possível atestar que o ambiente nos jogos do Marítimo está melhor. Parece haver mais gente nas bancadas - talvez decorrente de algum entusiasmo que a conclusão da obra terá criado - e nota-se que aquelas pessoas estão bem empenhadas no apoio à equipa. Não que tenham passado a gostar mais do Marítimo, é claro, mas usufruem hoje de um espectáculo melhor, mesmo que isso não implique futebol de maior qualidade no relvado.
A psicologia explica: o empolgamento colectivo é facilmente transmissível e não é por acaso que assistir a um jogo num estádio cheio pode ser tão mais entusiasmante que fazê-lo numa bancada despida. É mais difícil resistir a aplaudir ou gritar pelo clube que se apoia quando ao lado se tem alguém a vibrar, e muito mais fácil passar ao lado do jogo quando se tem por vizinho uma cadeira vazia ou se percebe que em vez de sofrer com o jogo o homem de cachecol enrolado, lá longe, liga mais ao smartphone que aos remates à baliza.
Em Braga, durante anos, foi feito trabalho nem estruturado para chamar gente às bancadas: muitos bilhetes tiveram de ser oferecidos antes de fidelizar os clientes, é certo, mas é inegável que o crescimento do clube foi sustentado nas pessoas que o apoiam.
Também em Guimarães a força desportiva está muito associada à qualidade e empenho dos adeptos, mas o maior exemplo de como a militância chama militância não deixará de ser o Sporting, clube que nos últimos 33 anos conquistou apenas dois campeonatos, mas continua a contrariar a lógica de que só se gosta dos clubes que ganham. Dito isto, um dia um génio dirá: o futebol não existe sem pessoas. E a prioridade de quem manda passará a ser voltar a encher os estádios da Liga."

Nuno Perestrelo, in A Bola

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