"O entusiasmo do futebol passa muito pela sua competitividade, claro, mas igualmente pelos resultados que nos surpreendem. Neste segundo aspecto a Liga portuguesa desta época tem correspondido. Tivemos, por exemplo, nas últimas jornadas, um Nacional que empatou o FC Porto na corrida pelo título, um Rio Ave que venceu o Benfica e um Paços de Ferreira que conseguiu também empatar o Sporting. O nosso problema está realmente no primeiro ponto e na desoladora constatação de que, num campeonato em que participam 18 equipas, tenhamos praticamente a certeza, e desde a primeira jornada, de que apenas duas equipas lutam em igualdade de condições pela conquista da prova. O Sporting vem logo a seguir, mas claramente também ainda não apresenta os mesmos argumentos que Benfica e FC Porto.
Também é verdade que esse não é um drama apenas nosso, que se passa mais ou menos em Espanha, Inglaterra, ou França, mas as diferenças creio que são mais visíveis em Portugal. Os treinadores dos clubes grandes não se cansam de dizer que nesta segunda metade da competição os pontos vão ser mais difíceis de conquistar, mas será mesmo assim? O Benfica goleou um Nacional que fez três remates à baliza de Júlio César; o FC Porto goleou um Estoril que não fez um único remate à baliza de Fabiano num jogo inteiro! Sem retirar mérito a quem consegue fazer muito com pouco, o que me parece é que resultados surpreendentes só aparecem mesmo quando os melhores fazem asneira.
O momento é terrível, de dificuldades financeiras e incapacidades dos clubes para se gerirem quanto mais para reforçarem a aposta desportiva. Por isso, mais do que nunca, e por mais do que uma razão, a redução de equipas na Liga pode ajudar a tornar a realidade menos dramática."
Nélson Feiteirona, in A Bola
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!