"Quando o Benfica contratou Pizzi, observei-o com uma curiosidade que cedo se transformou em decepção. Jogava a extremo-direito e era um jogador banal.
Sem surpresa, foi emprestado a um clube espanhol, onde não se destacou. Estranhei, por isso, o seu regresso à Luz - e nos poucos minutos em que jogou revelou a mesma ausência de qualidade que lhe conhecia.
Eis senão quando...
Eis senão quando, no último jogo da Liga dos Campeões, onde já nada se decidia, Pizzi entrou a jogar na linha média - e foi uma revelação. O homem sabia segurar a bola, variar o flanco, temporizar, fazer passes de ruptura - apresentado-se como o sucessor de Enzo Pérez, que mais dia menos dia deixaria o clube. Até fisicamente Pizzi fazia lembrar Enzo - baixo de estatura e jogando curvado sobre a bola. E tendo chegado ao Benfica, tal como o outro, a jogar a extremo.
Mas Jesus, que o descobrira para esta posição, não ficou convencido. Quando Enzo saiu, meteu Talisca no seu lugar. E não funcionou: Talisca não gosta de segurar a bola, virar-se, solicitar os companheiros. Gosta de correr com a bola e chutar à baliza.
No domingo, porém, Jesus deu o passo que eu esperava: meteu Pizzi a titular - e o resultado foi o que se viu. Ele mostrou-se um verdadeiro chefe de orquestra, fazendo mexer todo o conjunto. Passou, rodou, fez passes de ruptura sobrevoando metade do campo e isolando companheiros. Pizzi foi a referência que faltava à equipa.
Talvez não tenha a 'raça' que sobrava a Enzo Pérez: a capacidade de sacrifício para lutar pela bola, pressionar o adversário, meter o pé. Mas para mim o sucessor de Enzo está encontrado."
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