"Já não há como negar esta realidade, pelo menos para já: há um 'fenómeno Talisca' na Luz.
Em outras épocas recentes, tivemos 'fenómenos' de natureza semelhante. Isto é, jogadores nos quais a equipa, treinador e adeptos depositaram uma verdadeira crença de que podiam resolver os jogos mais difíceis com um rasgo individual. E quando o colectivo não conseguia, por si, abrir as defesas adversárias, lá aparecia um desses jogadores a tornar-nos venturosos. O sintoma de que há um 'fenómeno Talisca', para além dos golos que marca, é a certeza, logo que a bola lhe chega aos pés, de que dali sairá uma solução, dali haverá um passe de ruptura, uma finta, uma assistência, um remate, qualquer coisa bem feita que quebre a rotina defensiva do adversário. A crença de que dos pés de Talisca está muito do nosso êxito colectivo dá-lhe um estatuto, para já, de 'fenómeno', uma espécie de salvador em horas de aflição. Te acontecido de maneira muito vincada nas jornadas iniciais do campeonato, a fazer-nos lembrar outros 'fenómenos'.
Recordo-me de Simão Sabrosa, de Aimar ou de Cardozo (este em moldes diferentes), por exemplo, em quem os adeptos depositavam sentimentos semelhantes. Embora Talisca não tenha ainda a notoriedade desses mesmos atletas, conseguiu em muito pouco tempo fazer-nos acreditar que é o nosso homem.
Acontece, porém, que não estamos a falar de um atleta que custou dezenas de milhões de euros. À prospecção do Benfica se deve esta descoberta, fazendo lembrar a de David Luiz há uns anos. Mas enquanto David Luiz precisou de tempo para vingar no Benfica, acresce ao que já dissemos de Talisca este outro fenómeno, o de chegar, ver e vencer. Lembremo-nos a incapacidade de adaptação dos jovens jogadores sul-americanos na Europa. Quanto tempo levou Di Maria para aparecer como figura no Benfica?"
Carlos Campaniço, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!