Últimas indefectivações

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O 'derby' disse...

"Benfica crescente força, vinda de... estabilidade. Sporting: Jardim errou (eu faria o mesmo) e não assumiu

Evidente: é o Benfica a equipa que melhor joga e se revela mais forte ao cabo de quase dois terços da Liga. Mais: fá-lo num crescendo de forma e de convicção, sobretudo a partir da noite quiça chave, em que, derrotando o FC Porto com clareza de 2-0, terá mandado às malvas o bloqueio mental - e táctico - que, nas três épocas imediatamente anteriores, exibiu perante máximo rival.
Sim, consentiu recente empate em Barcelos; mas mais vítima do que réu naquele miserável estado do terreno. Agora, na mais exuberante exibição - ou terá sido a da Grécia, onde jogou para golear mas saiu da Champions porque o ex-seu Roberto se desforrou assumindo inacreditável gigantismo? -, triturou um Sporting que muito apostava em ascender a líder e ainda estará entontecido na confusa miscelânea dos seus erros com superioridade, tremenda!, do adversário.
Tão longe, este Benfica, daquele que iniciou campeonato em flagrante incapacidade para superar violento trauma no fecho da época anterior. Aliás, não só essa grande perturbação psicológica então afectava o Benfica; arrastada indefinição do disciplinar caso Cardozo, catadupa de ditos reforços que - paradoxar apenas aparente... - projectou insegurança (sucessivas experiências de lança-los iam, afinal, redundando em fiasco) e, talvez o mais importante ao muito agravar dificuldades no acerto das agulhas, outra catadupa... esta de lesões: de Salvio (crucial ausência que permanece) a Sílvio, passando por Enzo Pérez, Markovic, Sulejmani, Rúben Amorim, Siqueira...
Muito tempo demorou o Benfica a estabilizar onze base. E, até à perda de Matic, só 2 aquisições desta época nele se fixaram: Markovic e Siqueira - quando recuperados de várias baixas clínicas... Agora, consumado o adeus a Matic, também Fejsa (Oblak só é novidade ao muito bem aproveitar lesão de Artur). Por isso (fracasso da grande maioria das compras no verão e perda do pilar Matic), mas não só, continuo desalinhado da corrente tese de que o plantel benfiquista é muito superior ao portista. E permanece dúvida sobre saída de Garay até ao fim deste mês...
Benfica em crescendo, FC Porto estagnado nas falhas do motor de arranque, Sporting no choque de ter percebido as suas limitações, tão compreensíveis. Benfica firmemente lançado para o título? Amiúde, as aparências iludem na definição do futuro. E o enorme fantasma que paira sobre o Benfica - duas épocas a fio, e com a pressão extra de terem sido as últimas, esbanjando vantagem de 5 pontos no jacto de 2 jornadas! - é a grande esperança do FC Porto e Sporting.
(...)"

Santos Neves, in A Bola

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