"A morte de Fernando Martins deixou tristes os benfiquistas. Todos nós, os que tivemos o privilégio de ter lidado com ele, temos lembranças que nos abraçam a alguma saudade, pela forma bem característica do «velho», como carinhosamente lhe chamávamos.
Todos, desde os empregados do Altis, aos funcionários e colaboradores do Benfica, têm histórias passadas com este homem com uma larga experiência e sabedoria de vida. E nem todas eram contos de fadas! É que o rigor e a forma como ele gostava que os assuntos fossem tratados nem sempre tinham boa receptividade do outro lado!...
Os seus vice-presidente (ainda agora Marcel de Almeida se referia a isso) e até Eusébio tiveram com ele os seus «qui-pro-quos» mas tudo foi ultrapassado sem rancores com o seu enorme espírito de RECONCILIAÇÃO.
Era esta a palavra que lhe marcava a vida. Mesmo com as suas posições e a dureza a negociar, havia sempre um final feliz porque ele sabia até onde podia ir! Com ele falei muitas vezes por altura das eleições e ele ouvia com atenção, SEM COMENTÁRIOS, as nossas opiniões. Ele assimilava, mas nunca dizia o que ia fazer... Mas ouvia. Ouvia sempre e lá fazia a avaliação à sua maneira.
Deixou, sem dúvida, uma marca no comando do Benfica durante os seis anos em que dirigiu o Clube. Ao seu estilo não deixou que houvesse intromissões na liderança do Glorioso. Teve vitórias e derrotas como todos, mas recordarei sempre aquela final da Taça UEFA a duas mãos, perdida na velha Luz, com um golo de cabeça de Lozano, oito minutos depois de Shéu ter marcado o golo da esperança! Não deu vitória. Mas, como dizemos agora, nem sempre se pode ganhar!..."
João Diogo, in O Benfica
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