"Benfica impos-se (3-2) na sua "sucursal" de Bordéus.
Sem Luisão nem Garay - "apenas" os pilares da defesa da Luz - era de algum receio o sentimento que grassava nas hostes encarnadas para este teste em terras de França, com cujos representantes, de resto, vimos mantendo aceso duelo no "ranking" europeu de clubes. O Girondinos, como já foi mais conhecido, já não é aquela equipa que marcou uma época, mas o magro 1-0 da 1ª mão também não permitia ao Benfica grande desafogo. Ainda para mais com as indisponibilidades já referidas.
Não se intimidou, porém, Jorge Jesus, que fez adiantar para o eixo da retaguarda a dupla Jardel-Roderick, voltando a preterir Miguel Vítor, ao mesmo tempo que reforçava a confiança (e o sistema defensivo) em Matic e Enzo Perez, à frente do quarteto mais recuado. Depois, claro, só teve de preencher os outros lugares com a gente do costume, sem deixar de ser poupado: Salvio, Gaitán e Ola John, no miolo, e Rodrigo, na frente de ataque.
Como se previa, o Bordéus começou mais incisivo, mas o Benfica também não estava à espera de outra coisa. Os "passarinhos", como o próprio presidente do clube francês apelidou os jogadores da sua equipa, lá "esvoaçaram" nos primeiros minutos, através das incursões não só de Diabaté, mas também de Salvet e Belay, mas a atenção de Artur chegou para as encomendas.
Deixa-os pousar, terá sido o pensamento da equipa portuguesa, perante a animação inicial da rapaziada gaulesa. E a verdade é que, logo que a passarada amainou, conheceu a primeira "chumbada", num cabeceamento de Jardel, com Carrasso a ajudar à festa. Bem tentou o Bordéus replicar, mas faltou-lhe consistência na zona intermédia, apesar da capacidade técnica de Plasil, o que acabou por ter reflexos na produção global. Tentaram sempre os franceses disfarçar a sua vulgaridade, através de muita entrega, mas, no caso, isso foi claramente insuficiente.
No 2º tempo, o Benfica, com dois golos e meio de vantagem, "soit disant", tratou de gerir o resultado e também o plantel, com a troca Rodrigo-Cardozo, a meio deste período. Uma aposta em cheio de Jesus, já que o paraguaio acabou por ser a chave de um triunfo de que a equipa até nem necessitava, respondendo por duas vezes ao inconformismo dos da casa, que nunca desistiram, à sua maneira, de discutir o resultado.
E se o 1-1 surgiu do mérito de Diabaté, que há muito já vinha a ameaçar as redes de Artur, já o 2-2 foi "brinde" de Jardel, que assinou auto-golo na ânsia de se antecipar a um adversário. Valeu que, a essas duas ocasiões, Cardozo fez questão de devolver o gesto e "na volta do correio" para que a euforia não se instalasse nas hostes contrárias. Um "bis" de excelente recorte, em que a técnica do artista ficou bem patente, isto numa altura em que Carlos Martins e Maxi Pereira estavam já em campo para cumprir escassos minutos, integrados no tal "plano de poupança", que, desta feita, envolveu na íntegra Aimar e Lima.
Foi uma vitória construída com a tranquilidade que um golo na casa do adversário (depois do 1-0 na própria) sempre assegura. A partir de novo 0-1, já em Bordéus, a eliminatória terá logo ficado resolvida. Faltava era saber o desfecho desta 2ª mão, mas o Benfica fez questão de reeditar o assunto, ganhando com todo o merecimento para gáudio de uma plateia mais lusa do que francesa..."
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!