"Segundo o estudo de uma empresa brasileira, Jorge Jesus é o 15º treinador com maior salário no mundo do futebol. Não sei nem discuto a validade do estudo, mas fiquei deveras impressionado com o destaque e as reacções que o mesmo provocou.
Foi confrangedor ver debates televisivos e artigos inflamados em que gente de verbo largo e redondo demonstrava um pensamento pequenino e bem quadrado. Assim, rapidamente se transformou a informação “15º maior salário do mundo” na opinião “15º mais caro do mundo”. Esta aparente pequena mudança expressa algo entre a miopia de espírito e a tacanhez. Confundir um salário elevado com um salário caro é, preconceituosamente, partir da premissa errada de que toda a remuneração elevada é, obrigatoriamente, excessiva. Desde a chegada do actual treinador, o Benfica realizou algumas das mais elevadas transferências de futebolistas de que há memória no nosso historial (Di Maria, David Luiz, Fábio Coentrão, Javi Garcia, Ramires, Axel Witsel…). Estas transferências garantiram ao Benfica mais-valias financeiras essenciais para a sustentabilidade do Clube. A diferença entre o investimento inicial nestes futebolistas e o retorno financeiro obtido é apresentada por várias entidades conceituadas como exemplo de gestão a seguir no mundo do futebol. O papel de um treinador que ajude a potenciar futebolistas para este patamar financeiro é, nos dias que correm, algo de extremamente valioso e raro. Ou seja, um treinador “caro” é um treinador que não ajuda a oferecer ao clube um retorno financeiro que compense o investimento que o clube faz no seu salário.
“Caro” é aquele tipo de treinadores que aconselham a contratação de futebolistas que custam largos milhões e que, uns meses depois de os treinarem, nem por tostões os conseguem pôr no mercado. Esses treinadores, normalmente, apresentam um riso apalermado e nervoso quando confrontados nas conferências de imprensa com os salários dos mais bem pagos do mundo."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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