"A gravidade da crise económica também se faz sentir nos gabinetes do poderoso Barcelona. Segundo um estudo do Mundo Desportivo, 11 mil dos seus 170 mil sócios (condição necessária para se poder subscrever um lugar cativo em Camp Nou) não renovaram a sua filiação, o que corresponde a um decréscimo de 6,5 por cento. Dada a reduzida expressão do número, o problema poderia não parecer preocupante, mas é. Primeiro, porque na história do clube catalão nunca houve uma hemorragia assim; depois, porque a base social de apoio sempre foi um argumento de peso para reclamar das televisões o mesmo tratamento e o mesmo cachet dispensados ao Real Madrid; finalmente, porque quando se aproxima a entrada em vigor do fair play financeiro (2014) e o futebol espanhol está atolado em dívidas de milhares, é sempre mau perder apoios sociais e económicos. A Liga espanhola já fez saber que está tranquila, que tem a solução encontrada e pronta a ser implementada, mas duvido muito. E, por sua vez, Platini acaba de mostrar que a medida é mesmo para levar a sério. Que o digam os húngaros do Gyor, os gregos do AEK e os turcos do Besiktas, agora afastados das competições europeias. O Sporting, pelo que se sabe, não corre esse risco.
Tudo isto explica que o mercado de transferências tenha estado menos animado este verão. Foram menos 600 milhões de euros que se gastaram em aquisições (com a Espanha a responder por metade desse valor) relativamente à média do triénio anterior. É um sinal de bom senso. Mas, mesmo assim, não chega porque as perdas acumuladas pelas principais Ligas europeias, só em 2011-2012, foram de mil e 700 milhões de euros! E têm vindo a crescer constantemente."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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