"Não há motivo algum para festejar a vitória sobre o FC Porto na passada terça-feira. Primeiro porque só clubes pequenos festejam a vitória em jogos, clubes grandes festejam títulos. Segundo porque mesmo sem Artur, Garay, Emerson e Rodrigo e com gaitán e Cardozo semi-poupados, foi um Benfica de tal maneira superior que só os postes por um lado, um ressalto e um quase frango por outro, deram equilíbrio a uma meia-final que foi bem mas desequilibrada que aquela que tivemos contra o Sporting no ano passado. Ganhámos pois o direito a poder festejar dia 14, em Coimbra, na final.
Pela forma como os azuis-e-brancos e o seu treinador comemoraram os seus dois golos, logo percebemos a importância que tinha esta prova para eles. Os discursos estão sujeitos a truques de retórica, mas os factos não.
É óbvio que esta prova há muito ultrapassou a tímida Supertaça em prestígio, e que (embora discorde) ameaça ultrapassar a própria Taça de Portugal mercê do markting televisivo que tem. Na última época o share do Benfica-Sporting (meia-final) foi o maior do ano, ultrapassando por exemplo a final da Liga Europa, entre outros grandes jogos. Este ano, o jogo de terça, foi o programa mais visto do ano.
Com a morte de António Leitão perdi um amigo, o Benfica perdeu um símbolo e Portugal perdeu um campeão.
Aqueles míticos 5000 metros em Los Angeles, primeiro com a ajuda de Ezequiel Canário e depois com uma força indomável lhe valeram o bronze, não se esquecem. Como jamais esquecerei as muitas noites que partilhámos em jantares das casas do Benfica, para as quais estava sempre disponível, ou em jogos que vimos juntos. Morreu um grande benfiquista e um grande português. Bonito o tributo de Lopes, Mamede, Canário, Rosa Mota, Aurora Cunha, Manuela Machado entre outros no seu último adeus. Num País com poucos campeões, António Leitão teve quase todos o seu lado na hora da despedida."
Sílvio Cervan, in A Bola
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