"Disse-o na altura e repito-o agora: o grande problema do FC Porto, em termos de produtividade/competitividade, tanto em Portugal como na Europa, seria, como foi, a saída de Falcao. Viu-se na Champions e na Taça e vai ver-se na Liga Sagres. A escolha do treinador, crassa e supinamente errada e foco de permanente instabilidade no seio da equipa, também é grave, mas ainda não teve os efeitos devastadores da dispensa do colombiano. Agora, fala-se muito na venda de Álvaro Pereira, Rolando e Fernando, cujas receitas serviriam de balão de oxigénio para libertar a tesouraria do sufoco de liquidez em que vive. Foi a ruinosa gestão da SAD que conduziu a esta asfixia financeira do clube, embora os seus administradores se auto-remunerem como profissionais altamente qualificados. O ridículo também tem limite. Alguém compreende - vai a época a meio - que ainda ninguém saiba o que valem Danilo e Alex Sandro que no Verão passado custaram, em conjunto, quase 30 milhões de euros?
Em Itália quem distribui as verbas consignadas no Orçamento para o movimento desportivo é o Comité Olímpico. Em 2012, a austeridade vai obrigá-lo a repartir pelas respectivas federações menos 38 milhões de euros, i.e., menos 20 por cento em relação a 2011 (150 milhões em vez de 188). O futebol, que sempre recebeu a maior talhada (cerca de 40 por cento), é a modalidade que sofre o maior corte (63 milhões em vez de 79). Não surpreende que a crise se tenha lá instalado e prometa ficar por muitos anos. Reparem nestes indicadores: é o país com a idade de reforma mais baixa e com as pensões mais altas, que absorvem 14,1 por cento do PIB, mais 2 do que a França e mais 4 do que na Alemanha! Belas perspectivas."
Manuel Martins de Sá, in A Bola
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