Últimas indefectivações

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O «meu» jogo

"1. Há alguns anos que não vejo (em directo) os nossos jogos fora mais importantes. Grava-os e, se for caso disso, vejo-os depois. 'Falhei', nomeadamente, os 2-0 nas antigas Antas e os 6-3 em Alvalade... Desta vez, passei uma 1ª parte tranquilo, com uns 'phones' nos ouvidos, a ouvir música. Ao intervalo fui jantar, abri a televisão noutro canal e, logo por azar, informaram que o FC Porto estava a ganhar. Pouco depois, no entanto, ouvi muito barulho na rua, pensei logo que teria sido golo do Benfica, corri à sala e... confirmei. O pior foi logo a seguir: algum barulho estranho, nova ida à sala e a triste confirmação: 2-1. Acabei de jantar, voltei à música e a minha mulher a chamar-me. Novo barulho na rua. Pareceu-me pouco fiquei alarmado: 'pronto, já está, 3-1, pensei. Abri a TV e fiquei mais descansado: afinal mantinha-se o 2-1. Fechei a televisão e, então sim, ouço uma grande explosão de alegria na rua. Tornei a abri-la: Gaitán junto à bandeirinha de canto, deitado, a festejar o 2-2! Pois é. A rádio dá os golos no instante em que acontecem, a televisão (e para mais cabo) leva um atraso superior a meio minuto.

(Nunca mais me esqueço de ter visto um jogo na Casa do Benfica no Porto e a dada altura um dos benfiquistas presentes festejar algo que ninguém percebia o que era. Descobriu-se depois: estava a ouvir o relato. Resultado: passei a estar com mais atenção às reacções dele que à televisão e cada jogada perigosa do Benfica deixou de ter interesse. Só quando ele se manifestava. Já não me lembro que jogo foi, mas festejámos umas três ou quatro vezes!...)

Enfim, lá acabou o jogo no Dragão com um empate que acaba por ser positivo. Como positivo foi o ambiente que, desta vez, rodeou o jogo, sem casos, sem problemas.

2. Que Fucile use e abuse de atitudes anti-desportivas, fingindo sucessivas agressões e faltas, é grave, tanto mais que revela grande falta de respeito para com colegas de profissão. Mas mais grave ainda é que pessoas que deveriam ser responsáveis, como o treinador (ainda vai a tempo...) e o presidente (é um caso perdido), ainda venham acusar o árbitro por não ver aquilo que, afinal, não existiu (agressão de Cardozo a Fucile). Mas esses são os hábitos da casa e já não há nada a fazer..."


Arons de Carvalho, in o Benfica

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